quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Quando o relógio da morte parou.


Já imaginou receber uma profecia de que você não poderia morrer antes de ver nascer uma determinada pessoa?
Que se essa pessoa demorasse a nascer, se mil anos se passassem, mil anos você haveria de viver até que isso assim acontecesse?
Imagine ser um jovem e ouvir tal profecia, tal revelação divina. E as décadas continuarem avançando sobre sua vida, e o mundo sendo transformado, governos, sociedade,  contemporaneos que já não existiam mais levados pelas areias do tempo. Imagine um homem que não pode morrer.  Dizem que os homens possuem uma data marcada, um dia, uma hora para partir. É costime dizerem que ninguém morre antes de sua própria hora.  Não que seja assim, ou que nossos dias tenham uma datação final. 
Mas se assim o fosse, para este homem, este tal relógio foi paralisado. 
Porque um dia a morte recebeu uma ordem. E obedientemente a atendeu.

- Pare seu relógio.





Havia um homem que recebeu de Deus uma estranha promessa. “Você não morrerá antes de ver nascer o Cristo, o Ungido, o Desejado das nações.”
Um homem de meia-idade, sacerdote judeu, que ministrava no templo que existia em Jerusalém.
Umas suas tarefas como sacerdote era apresentar os recém nascidos a Deus, para que fossem abençoados.
Incontáveis anos se passaram sem que tal promessa se realizasse, ainda que apresentasse milhares de crianças.
Naqueles dias um grupo de soldados fora enviado até Belém de Efrata com as ordens de assassinar a todos os recém nascidos.
Um pouco antes dos soldados chegarem um casal fez a longa viagem até Jerusalém para apresentar seu primeiro filho. Nos pertences trazia também um grande jarro de incenso, grande quantidade de mirra e escondido no burrico uma grande quantidade de ouro e jóias. Uma família que enriqueceu do nada a partir de uma misteriosa visita. O rapaz trabalhava em obras como carpinteiro e sua esposa era somente uma adolescente. Haviam sido dias antes visitados por reis de uma linhagem de astrônomos, que tinham em seus livros sagrados algo que apontava o surgimento de uma estrela que indicaria o lugar exato do nascimento de alguém que mudaria o destino do universo.
Quando chegaram na estrebaria deixaram com eles consideráveis presentes. O menino nascera numa estrebaria. Era época de convocação civil, milhares voltaram aos locais de nascimento por ordens oficiais.
Não havia estalagens livres na cidade quando a menina entrou em trabalho de parto. O rapaz que seria príncipe se ainda houvesse um reino, seu parentesco o levava até o lendário rei Davi, se desesperou. Do mesmo modo quando percebeu que sua noiva estava grávida sem que ele disso tivesse participado. Segundo a lei deveria apresentá-la como adultera, pois já era compromissada e ela seria apedrejada em público. Mas ele a amava. Preferiu fugir e levar a infâmia de ter engravidado a menina sem querer se compromissar a ter que acusá-la e vê-la morrer. Mas sua noite foi interrompida pelo mesmo ser que visitara sua noiva semanas antes. Eles chamavam tais seres de anjos.

Na medida em que José carrega seu filho e o entrega ao velho sacerdote Simeão, todas essas lembranças se embaralham.

Ao acabar de nascer o menino vieram correndo pastores com seus cajados, vindo dos montes ao lado de Belém. E eles contaram que milhares de anjos romperam os céus para anunciar-lhes algo extraordinário.

Cantando.

Simeão eleva a criança como o fizera por mais de 70 anos em sua longa jornada sacerdotal.
E a criança ficou erguida diante dos olhos dos seus pais por mais tempo do que era de costume.

O velho sacerdote abençoou a criança enquanto as lágrimas se derramavam pela sua face.

Devolveu aos seus pais e falou:

- Já posso partir em paz. 

Lucas 2

Lucas 2



Naqueles dias César Augusto publicou um decreto ordenando o recenseamento de todo o império romano.
Este foi o primeiro recenseamento feito quando Quirino era governador da Síria.
E todos iam para a sua cidade natal, a fim de alistar-se.
Assim, José também foi da cidade de Nazaré da Galiléia para a Judéia, para Belém, cidade de Davi, porque pertencia à casa e à linhagem de Davi.
Ele foi a fim de alistar-se, com Maria, que lhe estava prometida em casamento e esperava um filho.
Enquanto estavam lá, chegou o tempo de nascer o bebê,
e ela deu à luz o seu primogênito. Envolveu-o em panos e o colocou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria.
Havia pastores que estavam nos campos próximos e durante a noite tomavam conta dos seus rebanhos.
E aconteceu que um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor resplandeceu ao redor deles; e ficaram aterrorizados.
Mas o anjo lhes disse: "Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo:
Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor.
Isto lhes servirá de sinal: encontrarão o bebê envolto em panos e deitado numa manjedoura".
De repente, uma grande multidão do exército celestial apareceu com o anjo, louvando a Deus e dizendo:
"Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor".
Quando os anjos os deixaram e foram para o céu, os pastores disseram uns aos outros: "Vamos a Belém, e vejamos isso que aconteceu, e que o Senhor nos deu a conhecer".
Então correram para lá e encontraram Maria e José, e o bebê deitado na manjedoura.
Depois de o verem, contaram a todos o que lhes fora dito a respeito daquele menino,
e todos os que ouviram o que os pastores diziam ficaram admirados.
Maria, porém, guardava todas essas coisas e sobre elas refletia em seu coração.
Os pastores voltaram glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, como lhes fora dito.
Completando-se os oito dias para a circuncisão do menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, o qual lhe tinha sido dado pelo anjo antes de ele nascer.
Completando-se o tempo da purificação deles, de acordo com a Lei de Moisés, José e Maria o levaram a Jerusalém para apresentá-lo ao Senhor
( como está escrito na Lei do Senhor: "Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor" )
e para oferecer um sacrifício, de acordo com o que diz a Lei do Senhor: "duas rolinhas ou dois pombinhos".
Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão, que era justo e piedoso, e que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele.
Fora-lhe revelado pelo Espírito Santo que ele não morreria antes de ver o Cristo do Senhor.
Movido pelo Espírito, ele foi ao templo. Quando os pais trouxeram o menino Jesus para lhe fazer conforme requeria o costume da lei,
Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo:
"Ó Soberano, como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo.
Pois os meus olhos já viram a tua salvação,
que preparaste à vista de todos os povos:
luz para revelação aos gentios e para a glória de Israel, teu povo".
O pai e a mãe do menino estavam admirados com o que fora dito a respeito dele.
E Simeão os abençoou e disse a Maria, mãe de Jesus: "Este menino está destinado a causar a queda e o soerguimento de muitos em Israel, e a ser um sinal de contradição,
de modo que o pensamento de muitos corações será revelado. Quanto a você, uma espada atravessará a sua alma".

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

imagem!!!

Certo dia de farra os amigos maquiaram a força uma certa menina...e depois fizeram pose e tiraram uma foto pra mostrar o momento histórico.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Desenhista extraordinário




 Deviantart

 Um dos maiores desenhistas do Devianart e da Internet. Um dos maiores desenhistas de todos os tempos.






http://lackadaisycats.com/index.php

Tapeceiro


O Tapeceiro

 

 

Composição: Stênio Március


Tapeceiro, grande artista,
Vai fazendo seu trabalho
Incansável, paciente no seu tear

Tapeceiro, não se engana
Sabe o fim desde o começo,
Traça voltas, mil desvios sem perder o fio

Minha vida é obra de tapeçaria,
É tecida de cores alegres e vivas,
Que fazem contraste no meio das cores
Nubladas e tristes
Se você olha do avesso,
Nem imagina o desfecho
No fim das contas, tudo se explica,
Tudo se encaixa, tudo coopera pro meu bem

Quando se vê pelo lado certo,
Muda-se logo a expressão do rosto,
Obra de arte pra Honra e Glória do Tapeceiro

Quando se vê pelo lado certo,
Todas as cores da minha vida
Dignificam a Jesus Cristo, o Tapeceiro

Essencia de Deus


Essência de Deus

João Alexandre


O mundo há de passar e toda profecia
Os dons, as línguas e tudo mais que existir
Porém como aquele que foi
Hoje é e pra sempre há de ser
O amor é a essência de Deus
E pra sempre também vai viver

Bondoso e sem rancor, fiel e consciente
Humilde e sofredor, espera tão somente
Justo e verdadeiro, tudo suporta e tudo crê
Tão puro e perfeito é o amor
Não busca interesse ou favor
Mistério, expressão, vida e luz do Senhor

Se eu pudesse saber destinos ou futuros
Fazer mover as montanhas com minha fé
Se eu pudesse falar qualquer língua
Em qualquer lugar
E desse os meus bens ao mais pobre
Ou morresse em favor de alguém

Se não tivesse amor, de nada valeria
Se não tivesse amor, proveito algum teria
Fria e sem razão a vida, então, passaria
Vazio seria o falar
Um sino que insiste a tocar
Se dentro de mim não valesse o amor

Sobre a intoxicação das drogas

Desmistificação das frases feitas
"Nenhuma substância natural é nociva." Isso é uma grande mentira. Basta lembrar da cocaína ou da aflatoxina, uma substância produzida por fungos que é o cancerígeno mais potente que conhecemos.
"Lixo químico..." Todo lixo é químico. Resíduos de alimentos são um lixo tão químico quanto o cianeto produzido pela galvonoplastia.
"...Tal produto não tem química." Tudo tem química. Até remédios homeopáticos têm toneladas de química.
"Tudo que é sintético faz mal." A Aspirina é 100% artificial e eficaz não só contra a dor de cabeça, mas também na prevenção de problemas cardíacos.
Fonte: Livro Química Geral (Usberco Salvador) - Comentários: Prof. Atílio Vanin (Doutor em Físico-Química IQU-SC)
 Antigos textos literários e religiosos mostram que, em todas as épocas e lugares, os seres humanos deliberadamente usaram (e abusaram de) substâncias capazes de modificar o funcionamento do sistema nervoso, induzindo sensações corporais e estados psicológicos alterados.
Em seu livro "Uma História Íntima da Humanidade", Theodore Zeldin afirma que "a fuga para dentro de estados alterados de consciência, para a sedação ou a exaltação, foi uma ambição constante por toda a parte, em todos os séculos. Não houve civilização que não procurasse fugir à normalidade com a ajuda do álcool, tabaco, chá, café e plantas de todas as espécies."
A busca por agentes modificadores das funções nervosas é considerado por alguns autores, como Ronald Siegel, um impulso tão potente como os impulsos que levam à satisfação de necessidades fisiológicas, podendo mesmo suplantá-los. Segundo o referido autor:
"O nosso sistema nervoso está preparado para responder aos intoxicantes químicos quase da mesma maneira que responde às recompensas da alimentação, da satisfação da sede e do sexo. Através de toda a nossa história como espécie, a intoxicação funcionou como os impulsos básicos da sede, da fome ou do sexo, por vezes obscurecendo todas as outras atividades. A intoxicação é o quarto impulso.

Errar é o mano!

ERRAR é o Mano!




"Sorria e o mundo sorrirá com você, ronque e você dormirá sozinho."
"A diferença entre casamento e prisão é que na prisão se pode jogar futebol aos domingos."
"Beleza é uma questão de fé. Eu acredito que sou bonito ... o difícil é convencer os outros."
Minha mãe me ensinou a ter paciência. Ela sempre dizia: "Espera teu pai chegar em casa e você vai ver só."
"Você ama uma música ... até você colocar ela como despertador."
“No meu velório só queria ouvir uma frase: "Olhem, ele está se mexendo!"
"Somente os idiotas tem certeza de tudo. E digo isso com certeza absoluta! "
“Errar é humano. Colocar a culpa em alguém é estratégico."
"Lista de pessoas proibidas de coçar o olho: Wolverine, Freddy Krueger e Edward Mãos de Tesoura."
"Eu amo o dinheiro, mas não sou correspondido."
 "As minhas fotos tem definição HD: Horrível Demais."
 "Se for falar mal de mim, me chame! Sei coisas terríveis a meu respeito."
 "- Mãe, me disseram na escola que eu sou muito distraído. - Menino, presta atenção, eu não sou sua mãe. Sua casa é a do lado!"
 "Larguei a bebida ... só não lembro onde."
"A pior hora pra se ter um ataque cardíaco é durante um jogo de mímica."
 "A luz viaja mais rápido que o som. Por isso algumas pessoas parecem brilhantes até você ouvi-las falando."
"Perguntei ao meu espelho mágico se havia no mundo alguém mais belo do que eu. Talvez depois que parar de rir ele me responda!"
"Sabe aquela hora em que dá aquela vontade de arrumar a casa e lavar a louça ... pois é ... eu também não!
"Pra que papel higiênico com alto relevo se c* não lê em braille?"
"Por que os filhos do Bin Laden são felizes? R: Porque o papai Osama."
"Enquanto houver amanhã, minha preguiça será imortal."
"Se a Terra não girasse, existiriam menos tontos no mundo?"
"Não entendo como alguém pode ser viciado em drogas, em um mundo que existe chocolate e internet."
Joãozinho, diga uma frase com a palavra formatar: "Fessora, leve esta faca se acaso formatar alguém."
Percebi que a bebida exalta a minha beleza. Sempre que minha mulher me vê bêbado ela diz: "Bonito, hein!"
"Nem sempre onde há fumaça há fogo. Às vezes é só um show de reggae."
- Joãozinho, me diga qual é o tempo verbal da frase: 'Isso não poderia ter acontecido?' - Preservativo imperfeito professora!

O Sapoverso





Era uma vez um sapo feito de alguma coisa
Que se assemelhava a pelucia
E era muito, muito chato
E impertinente
E isolente,
Era uma vez um sapo mafioso

Irritadiço e desaforado
Encrequeiro e mal-humorado
Que implicava como os cachorrinhos
E que atrapalhava as conversas
Das meninas

Era uma vez um sapo aviltoso
Que foi brinde de uma franquia
Mas que ganhou a voz e a fama
De uma criatura impertinente
A quem chamaram
Sapoverso

Porque cabia-lhe reclamar de tudo
Como se o próprio universo
Lhe fosse eterno devedor.

E era muito, muito chato

Era jornalista de casos fortuitos
Era investigador de cenas cotidianas
Era comentarista do absurdo

E era muito, muito chato


E de todos escondia um segredo
O sapo feito de alguma coisa
Que parecia pelucia.


É que debaixo da impertinencia
Do desaforo e da petulancia
Sapoverso possuía
um enorme coração.

A menina de olhos azuis




A menina de olhos azuis
Tinha o céu nos olhos
E as nuvens habitavam
Os céus de sua imaginação
A menina de olhos azuis
tinha a cabeça nas nuvens
E tinha seus olhos de céu
Quase sempre contemplando
A imensidão que lhe era par
A menina de olhos azuis
Que tinha o céu no olhar
Tinha por certo a tempestade
Dentro de seu coração
E quando perdia a calma
Trovejava como quando os céus
Se despiam de luz
Para se vestir da escuridão
Mas quando acalmava os animos
Os céus através do qual enxergava
Brilhavam como duas estrelas
Era quando então
Ela sorria
E o azul de seus olhos
Transbordavam
O coração




The blue-eyed girl
Had the sky in her eyes
And the clouds inhabited
The skies of his imagination
The blue-eyed girl
had his head in the clouds
And had in his eyes the heaven
Almost always contemplating
The immensity that it was par
The blue-eyed girl
It had the look in sky
Certainly had the storm
Within your heart
And when she had lose her calm
Thundered as if the heavens
Undress light
To dress up the darkness
But when tempers calmed
The heavens through which saw
Shone like two stars
It was then when
she smiled
And the blue of his eyes
overflowed
Your heart

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Lendo Efésios


A carta de Paulo aos moradores de Éfeso possui revelações espantosas sobre a pessoa e a obra de Cristo. Tão espantosas, que podemos passar anos lendo e relendo e descobrir fatos espetaculares sobre o que Jesus fêz com aqueles que crêem. Há fatos sobre a vida daquele que crê na mensagem do evangelho que ultrapassam as barreiras do tempo, levando-nos a imaginar atos divinos antes do início das coisas em que foram pre-estabelecidos direitos, situações, poderes, desígnios.Beira a incompreensão a dimensão das revelações que Paulo deu aos Efésios.
Não lembro de nenhuma declaração ao meu respeito que tenha sido entregue na minha infância. Também não soube de nenhuma promessa ou declaração que envolvesse minha vida a partir dos meus avós ou tataravós.
Porém Paulo declara que algo foi DESTINADO a nós antes que a humanidade tivesse início.
Ler as declarações na carta de Paulo é realizar uma viagem ao impossível, é descortinar o véu sobre intenções ocultas e segredos que as gerações anteriores JAMAIS tiveram acesso. Como conhecer um tesouro oculto, encontrar uma arca do tesouro escondido por séculos.
Imagine-se encontrando documentos históricos de valor intraduzível que tenham efeito sobre seu presente e seu futuro?
Descobrir uma escritura de uma propriedade do tamanho da Barra da Tijuca em um lugar de tremendo valor imobiliário.
Encontrar em sua propriedade um mina de jóias preciosas e no meio delas dez ou mais pedras cujo valor não pode ser estimado. O que é divisar o direito a coisas que sequer sabíamos que existiam.
De ter ao alcance de nosso coração forças que ultrapassam a imaginação, que podem mudar o curso de nossa história e o curso da história de nossos semelhantes.
Encontrar escrito um texto milenar que afirma termos direito a pertencer uma família que é a mesma da qual saíram TODOS os profetas do Velho e do Novo Testamento?
Ser co-participante do mistério da vida e ter laços inquebrantáveis de cidadania, propósito, afeição, de profecia, importância, de legalidade, de comunhão, de participação, de propositalidade, de futuro, de destino, possuir vínculos maiores do que os parentes de sangue possuem com pessoas do quilate de João Batista, Moisés, Jeremias, Maria, Davi, Salomão e CRISTO?
O que é acordar e descobrir a quem você pertence e o que você possui e pode usufruir se tiver fé para reivindicar?
O que é acordar e enxergar o universo com os olhos de quem um dia
irá herdá-lo?

Isso é a carta de Efésios.


Welington

A importancia do ato de Ler

A importância do ato de ler (*)
Paulo Freire




“Me parece indispensável, ao procurar falar de tal importância, dizer algo do momento mesmo em que me preparava para aqui estar hoje; dizer algo do processo em que me inseri enquanto ia escrevendo este texto que agora leio, processo que envolvia uma compreensão crítica do ato de ler, que não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Ao ensaiar escrever sobre a importância do ato de ler, eu me senti levado – e até gostosamente – a “reler” momentos fundamentais de minha prática, guardados na memória, desde as experiências mais remotas de minha infância, de minha adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão crítica da importância do ato de ler se veio em mim constituindo.


Ao ir escrevendo este texto, ia “tomando distância” dos diferentes momentos em que o ato de ler se veio dando na minha experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo, do pequeno mundo em que se movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo de minha escolarização, foi a leitura da “palavramundo”.

A retomada da infância distante, buscando a compreensão do meu ato de “ler” o mundo particular em que me movia – e até onde não sou traído pela memória -, me é absolutamente significativa. Neste esforço a que me vou entregando, re-crio, e re-vivo, e no texto que escrevo, a experiência vivida no momento em que ainda não lia a palavra. Me vejo então na casa mediana em que nasci, no Recife, rodeada de árvores, algumas delas como se fossem gente, tal a intimidade entre nós – à sua sombra brincava e em seus galhos mais dóceis à minha altura eu me experimentava em riscos menores que me preparavam para riscos e aventuras maiores. A velha casa, seus quartos, seu corredor, seu sótão, seu terraço – o sítio das avencas de minha mãe -, o quintal amplo em que se achava, tudo isso foi o meu primeiro mundo. Nele engatinhei, balbuciei, me pus de pé, andei, falei. Na verdade, aquele mundo especial se dava a mim como o mundo de minha atividade perceptiva, por isso mesmo como o mundo de minhas primeiras leituras. Os “textos”, as “palavras”, as “letras” daquele contexto – em cuja percepção me experimentava e, quanto mais o fazia, mais aumentava a capacidade de perceber – se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais, cuja compreensão eu ia apreendendo no meu trato com eles nas minhas relações com meus irmãos mais velhos e com meus pais.







Os “textos”, as “palavras”, as “letras” daquele contexto se encarnavam no canto dos pássaros – o do sanhaçu, o do olho-pro-caminho-quem-vem, o do bem-te-vi, o do sabiá; na dança das copas das árvores sopradas por fortes ventanias que anunciavam tempestades, trovões, relâmpagos; as águas da chuva brincando de geografia: inventando lagos, ilhas, rios, riachos. Os “textos”, as “palavras”, as “letras”, daquele contexto se encarnavam também no assobio do vento, nas nuvens do céu, nas suas cores, nos seus movimentos; na cor das folhagens, na forma das folhas, no cheiro das flores – das rosas, dos jasmins -, no corpo das árvores, na casca dos frutos. Na tonalidade diferente de cores de um mesmo fruto em momentos distintos: o verde da manga-espada, o verde da manga-espada inchada; o amarelo esverdeado da mesma manga amadurecendo, as pintas negras da manga mais além de madura. A relação entre estas cores, o desenvolvimento do fruto, a sua resistência à nossa manipulação e o seu gosto. Foi nesse tempo, possivelmente, que eu, fazendo e vendo fazer, aprendi a significação da ação de amolegar.














Daquele contexto faziam parte igualmente os animais – os gatos da família, a sua maneira manhosa de enroscar-se nas pernas da gente, o seu miado, de súplica ou de raiva; Joli, o velho cachorro negro de meu pai, o seu mau humor, toda vez que um dos gatos incautamente se aproximava demasiado do lugar em que se achava comendo e que era seu – “estado de espírito”, o de Joli, em tais momentos, completamente diferente do de quando quase desportivamente perseguia, acuava e matava um dos muitos timbus responsáveis pelo sumiço de gordas galinhas de minha avó.
Daquele contexto – o do meu mundo imediato – fazia parte, por outro lado, o universo da linguagem dos mais velhos, expressando as suas crenças, os seus gostos, os seus receios, os seus valores. Tudo isso ligado a contextos mais amplos que o do mundo imediato e de cuja existência eu não podia sequer suspeitar.
No esforço de re-tomar a infância distante, a que já me referi, buscando a compreensão do meu ato de ler o mundo particular em que me movia, permitam-me repetir, re-crio, re-vivo, no texto que escrevo, a experiência vivida no momento em que ainda não lia a palavra.



E algo que me parece importante, no contexto geral de que venho falando, emerge agora insinuando a sua presença no corpo destas reflexões. Me refiro a meu medo das almas penadas cuja presença entre nós era permanente objeto das conversas dos mais velhos, no tempo de minha infância. As almas penadas precisavam da escuridão ou da semi-escuridão para aparecer, das formas mais diversas – gemendo a dor de suas culpas, gargalhando zombeteiramente, pedindo orações ou indicando esconderijos de botijas.


Ora, até possivelmente os meus sete anos, o bairro do Recife onde nasci era iluminado por lampiões que se perfilavam, com certa dignidade, pelas ruas. Lampiões elegantes que, ao cair da noite, se “davam” à vara mágica de seus acendedores. Eu costumava acompanhar, do portão de minha casa, de longe, a figura magra do “acendedor de lampiões” de minha rua, que vinha vindo, andar ritmado, vara iluminadora ao ombro, de lampião a lampião, dando luz à rua. Uma luz precária, mais precária do que a que tínhamos dentro de casa. Uma luz muito mais tomada pelas sombras do que iluminadora delas.
Não havia melhor clima para peraltices das almas do que aquele. Me lembro das noites em que, envolvido no meu próprio medo, esperava que o tempo passasse, que a noite se fosse, que a madrugada semiclareada viesse chegando, trazendo com ela o canto dos passarinhos “manhecedores”.


Os meus temores noturnos terminaram por me aguçar, nas manhãs abertas, a percepção de um sem-número de ruídos que se perdiam na claridade e na algazarra dos dias e que eram misteriosamente sublinhados no silêncio fundo das noites.
Na medida, porém, em que me fui tornando íntimo do meu mundo, em que melhor o percebia e o entendia na “leitura” que dele ia fazendo, os meus temores iam diminuindo.
Mas, é importante dizer, a “leitura” do meu mundo, que me foi sempre fundamental, não fez de mim um menino antecipado em homem, um racionalista de calças curtas. A curiosidade do menino não iria distorcer-se pelo simples fato de ser exercida, no que fui mais ajudado do que desajudado por meus pais. E foi com eles, precisamente, em certo momento dessa rica experiência de compreensão do mundo imediato, sem que tal compreensão tivesse dignificado malquerenças ao que ele tinha de encantadoramente misterioso, que eu comecei a ser introduzido na leitura da palavra. A decifração da palavra fluía naturalmente da “leitura” do mundo particular. Não era algo que se estivesse dando superpostamente a ele. Fui alfabetizado no chão do quintal de minha casa, à sombra das mangueiras, co palavras do meu mundo e não do mundo maior dos meus pais. O chão foi o meu quadro-negro; gravetos, o meu giz.

Por isso é que, ao chegar à escolinha particular de Eunice Vasconcelos, cujo desaparecimento recente me feriu e me doeu, e a quem presto agora uma homenagem sentida, já estava alfabetizado. Eunice continuou e aprofundou o trabalho de meus pais. Com ela, a leitura da palavra, da frase, da sentença, jamais significou uma ruptura com a “leitura” do mundo. Com ela, a leitura da palavra foi a leitura da “palavramundo”.
Há pouco tempo, com profunda emoção, visitei a casa onde nasci. Pisei o mesmo chão em que me pus de pé, andei, corri, falei e aprendi a ler. O mesmo mundo – primeiro mundo que se deu à minha compreensão pela “leitura” que dele fui fazendo. Lá, re-encontrei algumas das árvores da minha infância. Reconheci-as sem dificuldade. Quase abracei os grossos troncos – os jovens troncos de minha infância. Então, uma saudade que eu costumo chamar de mansa ou de bem comportada, saindo do chão, das árvores, da casa, me envolveu cuidadosamente. Deixei a casa contente, com a alegria de quem re-encontra gente querida.

Continuando neste esforço de “re-ler” momentos fundamentais de experiências de minha infância, de minha adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão crítica da importância do ato de ler se veio em mim constituindo através de sua prática, retomo o tempo em que, como aluno do chamado curso ginasial, me experimentei na percepção crítica dos textos que lia em classe, com a colaboração, até hoje recordada, do meu então professor de língua portuguesa.
Não eram, porém, aqueles momentos puros exercícios de que resultasse um simples dar-nos conta da existência de uma página escrita diante de nós que devesse ser cadenciada, mecânica e enfadonhamente “soletrada”, em vez de realmente lida. Não eram aqueles momentos “lições de leitura”, no sentido tradicional desta expressão. Eram momentos em que os textos se ofereciam à nossa inquieta procura, incluindo a do então jovem professor José Pessoa. Algum tempo depois, como professor também de português, nos meus vinte anos, vivi intensamente a importância do ato de ler e de escrever, no fundo indicotomizáveis, com alunos das primeiras séries do então chamado curso ginasial. A regência verbal, a sintaxe de concordância, o problema da crase, o sinclitismo pronominal, nada disso era reduzido por mim a tabletes de conhecimentos que devessem ser engolidos pelos estudantes.


Tudo isso, pelo contrário, era proposta à curiosidade dos alunos de maneira dinâmica e viva, no corpo mesmo dos textos, ora de autores que estudávamos ora deles próprios, como objetos a ser desvelados e não como algo parado, cujo perfil eu descrevesse. Os alunos não tinham que memorizar mecanicamente a descrição do objeto, mas apreender a sua significação profunda. Só apreendendo-a seriam capazes de saber, por isso, de memorizá-la, de fixá-la. A memorização mecânica da descrição do objeto não se constitui em conhecimento do objeto. Por isso é que a leitura de um texto, tomado como pura descrição de um objeto e feita no sentido de memorizá-la, nem é real leitura nem dela, portanto, resulta o conhecimento do objeto de que o texto fala."