O seu bastão caiu de suas mãos, enquanto ela
da imensidão desceu.
Ao ver as chamas que queimavam sua vila,
ao ter os olhos turvos por negra fumaça.
Ela pousou solene, dentre as suas alturas todas,
Deixando atrás de si, um vagalhão de areia.
Ela correu ansiosa, transformando em vidro
incandescendo, a terra após os seus pés.
Tudo que conhecera, jazia entre as cinzas.
Tudo que acostumara
contemplar ao amanhecer, luzia...
Tudo o que emitia musica,
agora crepitava.
Em meio ao fogaréu, que adentrou.
Em meio as chamas com as quais não se importou,
Tudo que ela tocava, virara brasa viva
Na casa onde um dia, ela havia nascido
Todas as suas lembranças, agora feitas cinza
E não sabia,
Da família que a criara
Qual destino de seus pais.
Ainda zunia o mundo, por entre explosões estelares
Quando rebentou,
outro raio azul
outro maldito raio azul.
Varrendo com seu vento, quase tempestade,
aquilo que sobrara do que era seu.
Já não havia piso, não havia chão,
um vale tão profundo como o abismo
agora se erguia
ainda que tombado,
abaixo de seus pés.
Ela que amargava ansias,
de uma ira intensa,
Ainda incandescia,
daquele raio azul.
Quando olhou para cima,
havia um céu turvado,
E além das nuvens espessas,
ela olhou ao léu.
Seus olhos se firmaram ao redor do mundo
E no infinito além,
Só então,
As naves avistou...
Eram tantas quantas se podia imaginar
Gigantes que soltavam raios na escuridão.
Olhos dos que ordenaram tal destruição
Diante de telas maiores que a imaginação
Miravam no ponto minúsculo, que era inamovível
E que sem piso, chão ou mesmo razão
não se permitira cair.
Ela que já nada dizia,
Só rangia os dentes
Ai, seu rosto como de estátua
perdeu a cor
Esticou seus dedos adornados com três jóias raras
E o bastão que era dela,
Caído no início da poesia,
para sua mão,
retornou.
Girou-o perto a si, e sorvendo ameaça.
Gritou com tanta força,
que até o ar explodiu.
Guerreiros de suas naves,
em trajes aterrorizantes,
pressentiram o medo
Que belicosa civilização,
cria não mais existir.
Ela subiu em espiral,
rasgando as espessas nuvens,
até não haver nada
Envolta em mesclas de azul, vermelho e turqueza.
diante da esquadra,
que era inumerável
Ela então parou.
Como se olhasse o nada, Ela as fitou.
Como se não existissem, Ela as desprezou
Como se estivessem mortos.
A nau capitanea se vedou com escudos
As naves protetoras se posicionaram todas
Turbinas de energia se ligaram num instante
Metade da galáxia então se iluminou.
Raios gigantescos invadiram o espaço
Forças que jamais nenhum ser imaginou.
Ela então viu, as tais naves se agrupando
E os capitães a fixaram em seus visores
Quanto mais focavam, mais seus rosto se fazia,
Pleno de contrates,
Tão visivel como a flor
Ela fixou os seus olhos multicores,
Nos olhos atrás do visores
E sem dar aviso,
Sem aceno,
Sem alerta,
sobre a esquadra invencível,
mergulhou.
Riram os tenentes todos
e zombaram os remadores cósmicos
Apostaram entre si armeiros,
Perguntando o quanto,
poderia dos escudos de energia de estrelas,
Aproximar-se sem que viesse a queimar.
Em mil anos nunca fora atingida,
Nave alguma da temível esquadra.
A menor de todas, sequer se desviara
De estrelas que perto dela se tornaram
Estrelas anãs ou até mesmo buraco negros
Quando ela entrou, deixou para trás escudos,
Quando ela chegou, quebraram-se as turbinas
Quando ela passou, romperam-se as barreiras
Quando terminou a nave capitanea
Era uma sobra de uma carcaça
Aquela que entre mil
Era a mais poderosa
O grito de terror passou de boca em boca
Do povo que dizia
Nunca conhecer o medo.
Quando acabou.
Tudo o que sobrou
Eram pedaços
Quando ela pousou,
Descendo das alturas celestes,
Nem sequer se chamuscara
Ela gritou para o abismo
E ele obediente,
se fechou.
Pousou sobre sua colina
Então se ajoelhou
Sobre o túmulo de seus pais.
Levantou o seu bastão e então chorou.
Cravou entre as pedras
E ele se iluminou
Enquanto houver vida
Ele ainda brilhará
Mesmo em meio a Chuva
De pequenos grãos
Feitos de astronaves
Que por muitos anos
Sobre seu ferido planeta
Ainda cairá...
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