quinta-feira, 4 de junho de 2009

Significado da Pascoa

Páscoa vem de Pessah (hebraico), passagem. Ela foi concedida por Deus como uma celebração, ás vésperas da saída dos israelitas do Egito. Ela indicava o futuro próximo, dois ou mais dias depois, quando segundo as Escrituras, uma nação passaria pelo meio do mar, numa passagem formada pelo inexplicável. Muralhas de água, ruído de carroças; choro de crianças e uma inquietante viagem no fundo do mar. Um cordeiro seria morto dois dias antes, seu sangue serviria de tinta para portas de casas humildes, um banquete familiar seria realizado. Passagem é uma palavra que nos lembra viagem. Lembra o bilhete do metro. Lembra-nos de transição, como da infância para a adolescência, da adolescência para a vida adulta. Várias tribos possuem ritos de passagem. Quando jovens realizam tarefas que os tornam guerreiros. Lembra casamento, ou união, quando o solteiro se torna casado. Lembra a entrega da tocha olímpica e aquela modalidade de corrida em que o bastão é passado de mão em mão. Lembra uma estrada, uma porta, uma entrada ou saída. Lembra uma ponte. Antigo filme me que os soldados ingleses capturados são obrigados a construir uma ponte pelos japoneses e se recusam a construir uma porcaria, mudando o seu projeto. Lembra a fuga da nova família da noviça rebelde da Áustria dominada pelos nazistas.
Quando João, aquele o tal do Batista, profeta- a profissão mais mal paga da terra, comedor de gafanhotos e mel, o tal profeta-do-deserto-em-algum-lugar-às-margens-do-Jordão, grita para o cabra nazareno, o tal Jesus, chamado Cristo, recém batizado: - Eis o cordeiro que tira o pecado do mundo!
Estava recomeçando a tal história da passagem. Como se dissesse que uma porta estava para ser aberta, uma ponte para ser firmada entre o mundo e o desconhecido. Sangue derramado iria haver (o Yoda de Star Wars fala assim). Que representava realidades impressionantes. O cordeiro imolado por Moisés deu início a um espetáculo de libertação, a mudança da história de uma nação. O crucificado rejeitou a sua morte injusta. O primeiro cordeiro, o da primeira páscoa, tadinho, morreu. E permaneceu morto. Porém quem dele se alimentou, testemunhou o impossível. O segundo se revoltou contra sua condição. A ressurreição é a revolta do sacrifício. Se um sacrifício tivesse voz, o que diria? Ei! Vão matar a mãe de vocês, cambada de assa...e outros impropérios quaisquer. Jesus é o cordeiro que reclamou. A ressurreição é essa voz, e o início de uma grande aventura. Anos depois um outro profeta, outro João, vê o significado da passagem. Passagem pra onde? Passagem para o quê? João vê, sente, percebe e grita o resultado da páscoa revisada:
- E vi um novo céu e uma nova terra vi...
Esse era o lugar. Jesus era a passagem, a ponte, o caminho, a estrada. Passagem para um novo universo, um novo céu e uma nova terra, que em breve haverão de chegar...

É dessa passagem, que a páscoa fala...quem deste cordeiro se alimentar...receberá condição
de ser chamado filho de Deus...e passará...


Feliz Páscoa.


Para Michele & Eduardo Gomes


Welington J Ferreira

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