A história do cachorro velho e do cachorro novo.
Dois cachorros, um jovem e outro velho fugiam pelas estradas de terra batida em direção a um antigo vilarejo em Punjab. Atrás deles uma manada de elefantes indianos com cerca de quinquenta paquidermes correndo, por sua vez perseguidos por dois imensos tigres de Bengala. Um dos tigres era albino e o outro por alguma estranha anomalia era negro com listras brancas. A frente do frenético grupo de animais uma pequena aldeia com mulheres, crianças, jovens e anciãos que passava por grave período de seca. Bem a frente da manada de elefantes corriam os dois cachorros, e entraram esbaforidos na velha aldeia. Havia um cerimonial ocorrendo na praça da aldeia ao redor de uma grande fogueira, quando os aldeões viram os dois cachorros, tendo em vista a grande crise pela qual passava a aldeia decidiram perseguir os animais. O grupo de jovens foi atrás do cachorro novo e o grupo de anciãos atrás do cachorro velho. Assim que saíram as mulheres viram a grande manada que vinha em sua direção. Tendo que proteger as crianças elas decidem tentar afugentar os elefantes e se dividem em três grupos: o primeiro sai da aldeia batendo todo tipo de objeto de cobre, panelas, bacias, pratos e chacoalhando as pulseiras. O segundo grupo de mulheres, as moças, pega paus e ateia fogo a eles, correndo em direção á manada com tochas acesas e o terceiro grupo grita com agudos sons das vozes das orientais.
Os tigres vendo que não tem sucesso se atirando sobre os traseiros e rabos dos paquidermes, ora sendo arrastados, ora caindo ou escorregando, decidem passar o grupo e atacar pela frente, correndo pelas laterais da manada. Pela esquerda vai o tigre albino e pela direita vai o tigre negro com listras brancas. Os cachorros voltam pelo meio da aldeia, passam esbaforidos pelas crianças no meio dela e voam literalmente em direção ao grupo de mulheres que justamente vai em direção aos elefantes, ainda perseguidos pelos grupos de homens que agora num grupo corre em sua direção.
Os tigres passam pelas mulheres, em direção aos cachorros e percebem o cheiro das crianças no meio da aldeia.
Os elefantes alcançam as mulheres, os tigres ficam frente a frente com os cachorros, os homens na retaguarda fecham o cerco entre os tigres e os cachorros, espantados pelo ruído ensurdecedor dos elefantes, os seus gritos, o alarido das mulheres e por fim pela visão dos tigres.
Os cachorros trombam com os tigres.
As mulheres avançam pelo meio dos elefantes desorientados que agora formam dois grupos, ainda correndo em direção da aldeia.
Uma das crianças foge dos abrigos e vai para o meio da aldeia
Os aldeões mais jovens correm em direção da aldeia para resgatar as crianças.
Os mais velhos deixam de perseguir aos cachorros e partem em direção aos tigres.
Os tigres acuados fogem
Os elefantes alcançam a aldeia, alguns deles, poucos, pois a maioria foi dispersa pelas mulheres.
As crianças foram resgatadas pelos jovens
Menos uma.
Os elefantes atravessam a aldeia destruindo tudo por onde passam.
Um dos elefantes corre em direção a única criança que sobrou no meio do vilarejo
As mulheres estão ainda fora da aldeia, os anciãos correndo atrás dos tigres e os jovens protegendo as crianças.
Mas antes que o ultimo paquiderme esmague a criança dois cachorros se atiram na tromba do elefante. E o afastam.
O cachorro velho é jogado para longe enquanto a criança é arrastada pelo cachorro novo.
As moças com as tochas enfim afugentam o elefante
A velha aldeia foi reconstruída.
Ainda hoje os jovens brincam com um cachorro bem velho que habita livremente todas as casas que quiser escolher da antiga aldeia, mas que sempre dorme na entrada da cidade.
Sempre perto de onde foi enterrado, um cachorro amigo,
Que ele conhecera há muito tempo atrás.
Welington José Ferreira
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