O MESSIAS NA ECOLOGIA DE ISRAEL
Se pararmos para pensar podemos descobrir grandes identificações da humanidade de Cristo com a ecologia de Israel.
A Palavra está pontilhada da semelhança à dor e ao sofrimento de Jesus, semelhanças essas, muitas vezes imperceptíveis. Um dia, porém, o Espírito nos toca e nos revela coisas grandiosas em detalhes pequeninos, até quase imperceptíveis. Assim é o caso dessa identificação de Jesus com plantinhas simples, outras mais grandiosas e até mesmo os tipos de especiarias tão usadas no Oriente. O livro de Cantares é um jardim maravilhoso onde o Espírito Santo de Deus se deleitou com cada detalhe que colocou no livro. Não só Cantares, mas os profetas, em geral, nos mostram aspectos curiosos de árvores, arbustos, flores e de muitas facetas ecológicas especialmente de Israel.
E é assim que penso dar enfoque a alguns detalhes curiosos nesse campo da ecologia, identificando-os com Jesus nos mais variados aspectos de sua vida, de suas caminhadas e jornadas pelos grandes desertos e nas regiões onde o seu ministério aflorou: os confins da Galiléia, a feia e montanhosa Nazaré, Cafarnaum e todos os territórios tão intimamente ligados ao seu caminhar quotidiano na terra de Israel.
Assim é que vamos encontrar a ERVA AMARGA, comida às pressas à hora da partida do Egito para Canaã. Era um momento por demais solene que marcava o fim da escravidão. É interessante notar como os mais insignificantes detalhes são até os mais importantes, pois que muitas vezes passam despercebidos. Quem diria que a erva amarga tem espinhos semelhantes aos da coroa de Jesus?
Entre os vários tipos de ervas amargas destacam-se dois: a HARHAVINA que no inverno é macia e adocicada, no verão cheia de espinho e amarga; a dardar saborosa no meio do inverno cujas folhas são colhidas para salada. No fim do verão as folhas se tornam barbeadas e em espinhos de cinco pontas. Na páscoa, ambos os tipos são ainda comestíveis, fibrosas mas não duras ainda. As ervas amargas simbolizavam a amargura dos israelitas no Egito. Mas Jesus também se identifica com elas, sua vida no deserto, o destino que o aguardava na cruz, os mesmos espinhos da coroa que aviltaram sua cabeça. O sofrimento no Getsemane foi como se ele tivesse provado das ervas amargas, nas horas que precederam à sua vitória. E estava próxima a Páscoa na qual o Cordeiro de Deus foi sacrificado. As ervas amargas eram comidas por ocasião da Páscoa, no mês de Aviv, o mês do renascimento, o mês das chuvas, o mês da primavera, o mês das bênçãos do Espírito, o Pai dos meses e ainda o mês do Pai (Av). O mês da Redenção.
O L I V E I R A S
Quando Jesus nasceu em Belém, todo o vale dos pastores estava coberto de oliveira zait ou etz-zait, nome no original hebraico. Jesus é a oliveira verdadeira.
Há uma característica na folha desta árvore. A parte inferior da folha é coberta por uma miniatura em escalas esbranquiçadas e prateadas, enquanto que a parte superior é de um verde escuro. O contraste das sombras produz um brilho prateado único, quando o vento tange as suas folhas. Os galhos externos movimentam-se na brisa e expõem o lado prateado de suas folhas, em contraste com a parte verde escuro no topo das folhas do interior dos galhos imóveis.
Quando o vento sopra nas folhas estas nuvens de luz prateada parecem pular de uma árvore à outra, sucedendo-se de oliveira à oliveira. Naquela madrugada específica, a redenção era anunciada em Belém, os pastores foram privilegiados em contemplar o campo ser agitado com a brisa que enchia o vale da prata remidora (Jeremias 11:16). Israel foi chamado de oliveira, cheia e bela porque em tudo elas fazem brilhar a luz.
A visão do candelabro de Zacarias ladeado por duas oliveiras - o rei e o sumo-sacerdote, que outro não é senão Jesus, o único que tem prerrogativas de rei e sumo-sacerdote ao mesmo tempo. “Não por força nem por violência mas pelo meu espírito”. (Zacarias 4:6). O menorah enchido com o óleo das olivas fala de Jesus como a luz do mundo e que se tornou no próprio símbolo do emblema de Israel: o candelabro ladeado de duas oliveiras - Jesus como emblema de Israel, Jesus no monte Sião, tremulando onde quer que este emblema seja colocado.
É importante observar a parte da oliveira no trono de onde se formam os galhos. Dali é cortado o cajado do pastor e que se chama em hebraico bíblico antigo de hoter, e nas raízes bem junto à planta, há um galhinho que é a muda da planta. O galhinho que brota junto às raízes é chamado de netzer que quer dizer renovo. Este renovo é o guardador e protetor da planta que vai propagar a nova geração de oliveiras. “Porque brotará um rebento (hoter) do tronco de Jessé e das suas raízes um renovo (netzer) (no original hebraico) frutificará”. Isaías 11:1. O hoter é essa ramificação do trono que dá lugar a um ramo vigoroso que cortado no ponto de ligação (nó) e é trabalhado, polido e transformado em cajado de pastor. Serve tanto como arma ou como instrumento de direção do pastor. A palavra netzer deriva da palavra hebraica natzor que significa guardar (Salmo 128) “Teus filhos são como oliveiras novas ao redor de tua mesa”. São como o netzar. Jesus é este renovo que conforme diz Isaías nasceu de debaixo de sua própria terra: “e foi subindo como um renovo...” - o guardador de suas raízes. Jesus o netzar é o responsável pela geração de oliveiras.
Vale dizer que Saul foi comparado em Israel como sendo a ramificação de um SICÔMORO (Figueira brava). Davi era como a ramificação da oliveira. A ramificação (o netzer); logo murcha após ser removida da árvore, e por isso não serve para plantar uma nova árvore. Saul, então, ramificação do sicômoro não teve dinastia (II Samuel 21:1), mas Davi como ramificação da oliveira após o seu plantio, cresceu numa oliveira de grande porte. A muda da oliveira pode sobreviver por dias após ser cortada da oliveira original, mesmo sem o solo ou a água.
Jesus o renovo - o Messias - , um descendente de Davi, filho de Jessé, o líder do seu rebanho representado pelo hoter, o cajado do pastor com o qual ele conduzirá o seu rebanho.
A oliveira foi uma das mais importantes colheitas da terra de Israel. Jeremias compara o povo de Israel à oliveira frutífera (Jeremias 11:16). A oliveira quando usada para alimento é fonte de óleo, que era extraído em prensas antigas, como algumas ainda hoje existentes em Israel. Uma vez amadurecidas as oliveiras na árvore são colhidas e então prensadas secas pela pedra que rola sobre elas, pedra de grande peso. O óleo pinga em tanques debaixo da prensa. A melhor qualidade do óleo é o processo de purificação, comparado ao processo através do qual Israel passou, os acontecimentos históricos foram como que uma prensa pesada. Diz-se que o povo foi chamado por Jeremias como uma oliveira nova porque eles espargem luz em tudo para sempre.
A oliveira produz a melhor fonte de óleo para a candeia (óleo de oliva) e é por si mesma chamada de “a árvore da luz”, vindo a ser um símbolo de paz. É por isto que Jesus é a oliveira verdadeira. “Eu sou a luz do mundo”. E Jesus não precisa do óleo da oliveira verdadeira. “Eu sou a luz do mundo”. E Jesus não precisa do óleo da oliveira para ser a luz do mundo, mas a ela se compara, porque a luz que o óleo da oliveira produz é luz firme, luz que não vacila, além da pureza com que era obtido o óleo das olivas, daí o candelabro ter sido iluminado com a luz da oliveira.
Na Palavra de Deus, por intermédio do apóstolo Paulo, os gentios são comparados ao zambujeiro (oliveira brava) enxertado e Israel a vara ou ramo que não dá fruto, quando ele diz: “E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira”. dirão os gentios: “...os ramos foram quebrados para que eu fosse enxertado” - Romanos 11:12-17.
Na Palavra de Deus, por intermédio do apóstolo Paulo, os gentios são comparados ao zambujeiro (oliveira brava) enxertado e Israel a vara ou ramo que não dá fruto, quando ele diz: “E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado em lugar deles, e feito participante da raiz e da seiva da oliveira”. dirão os gentios: “...os ramos foram quebrados para que eu fosse enxertado” - Romanos 11:12-17.
A oliveira "brava"No Novo Testamento, o capítulo no livro de Romanos que nos dá a chave e nos informa quem são os dois ramos da oliveira! Paulo aqui nos apresenta um fato (que Israel foi "dividido" em pedaços - confirmando Jr 11.16) e também nos informa o que acontecerá com estes ramos: "E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro, foste enxertado no lugar deles e feito participante da raiz e da seiva da oliveira" (Rm 11:17).
De quem Paulo nos fala aqui? O "zambujeiro" ou oliveira brava é a igreja! Todos os crentes em Jesus são considerados como enxertados na oliveira boa (Israel).
Vejamos que o zambujeiro ou oliveira brava são árvores da mesma espécie da oliveira, porém com uma diferença: na língua grega, a palavra que designa oliveira (e fala de Israel) diz respeito à uma planta cultivada, tratada. Já quando se refere ao zambujeiro ou oliveira brava, está se referindo a uma planta silvestre ou selvagem! Sabemos então que o enxerto (a Igreja) é que recebe a seiva da oliveira para se manter viva e que o enxerto foi ali colocado por Deus para ser aperfeiçoado através da oliveira! Nunca na natureza ocorre o contrário, ou seja, a planta mãe ser aperfeiçoada pelo enxerto!
As olivas eram batidas uma à uma dentro do almofariz, não eram prensadas, o tratamento era específico para que se obtivesse essa qualidade de óleo. Vamos sempre encontrar esse traço de sofrimento nas plantas - moídas, batidas, que tanto se aproxima dos sofrimentos de Jesus.
De quem Paulo nos fala aqui? O "zambujeiro" ou oliveira brava é a igreja! Todos os crentes em Jesus são considerados como enxertados na oliveira boa (Israel).
Vejamos que o zambujeiro ou oliveira brava são árvores da mesma espécie da oliveira, porém com uma diferença: na língua grega, a palavra que designa oliveira (e fala de Israel) diz respeito à uma planta cultivada, tratada. Já quando se refere ao zambujeiro ou oliveira brava, está se referindo a uma planta silvestre ou selvagem! Sabemos então que o enxerto (a Igreja) é que recebe a seiva da oliveira para se manter viva e que o enxerto foi ali colocado por Deus para ser aperfeiçoado através da oliveira! Nunca na natureza ocorre o contrário, ou seja, a planta mãe ser aperfeiçoada pelo enxerto!
As olivas eram batidas uma à uma dentro do almofariz, não eram prensadas, o tratamento era específico para que se obtivesse essa qualidade de óleo. Vamos sempre encontrar esse traço de sofrimento nas plantas - moídas, batidas, que tanto se aproxima dos sofrimentos de Jesus.
V I D E I R A
Isaías fala de uma vinha plantada num outeiro fértil. É interessante observar esta vinha deste outeiro fértil, e as características que envolvem esse verso de Isaías 5:1. Trata-se de uma canção. A pessoa a quem se refere, a quem é aplicada. Era o próprio cantor amado.
A canção do amado é realmente uma canção ao vinhateiro amado; e esta canção é a canção do próprio amado, não uma canção escrita sobre ele ou atribuída a ele, mas uma canção que ele mesmo cantou e ainda há de cantar. Interessante é notar aqui que esta vinha se situava no pico de uma montanha proeminente, projetada como um chifre e por conseguinte aberta para o sol em todos os lados. Esta montanha em forma de chifres era, no original hebraico, um filho do óleo (ben-chamen). O óleo era natural, pertencia à própria vinha por natureza e denotava a fertilidade de um solo margoso. Após o solo ter sido preparado, separado de todas as impurezas ele plantou “sorek” a melhor espécie de uvas do oriente, que produziam uvas pequenas e de um vermelho como o vinho, cujas sementes eram imperceptíveis à língua. Apesar de todo o rigor da plantação de uvas do tipo “sorek”, a vinha deu uvas bravas.
Uma vinha oferece uma imagem de nobreza, fertilidade como a própria palavra Carmelo que significa “vinha de Deus”, também é sinônimo de jardim, pomar e é tida na Bíblia como “a excelência do Carmelo”. A primeira preocupação era cerdar a vinha de um valado ou cercas, isolá-la. O lagar era peça importante e não podia faltar, era onde se processava a vindima e onde eram pisadas as uvas. Nessa ocasião havia festa, muito júbilo, cantavam-se canções de louvor, comiam e bebiam e gritavam hurra! Havia ainda a torre onde o vigia espreitava tudo em derredor daquela vinha. Cantares 2:15. As cercas podiam ser bosques ou paredes de pedra. Se a vinha era mal cuidada se enchia de cardos, de urtigas e a parede de pedra era derribada. (Provérbios 24:31). Por isso era necessário cercar e limpar a vinha e plantá-la com excelentes vides - vides tipo sorek. Jesus o vinhateiro - o herdeiro da vinha - Jesus a Videira verdadeira.
A videira é também símbolo da Igreja do Senhor. Em Deuteronômio 22:9 há uma recomendação: “não semearás a tua vinha de diferentes espécies de semente, para que não se profane o fruto da semente que semeares e a novidade da vinha”. É a igreja de Cantares: “para que as raposas não venham devorar as vides em flor exalando o seu perfume”. O perfume é o de Cristo. “Naquele dia haverá uma vinha de vinho tinto, cantai-lhe. Eu o Senhor a guardo, e a cada momento a regarei; para que ninguém a faça dano, de noite e de dia a guardarei”. Isaías.
A igreja é hoje esta videira. O Senhor está derramando do vinho aromático, ele prepara o lagar para a festa da redenção, que hoje à semelhança de Israel quando comemorava suas vindimas, a igreja extrai o mosto no lagar. À semelhança de Israel quando cessaram os folguedos e as vindimas se extinguiram, a terra se transformou em deserto, e a igreja também saiu do deserto de um tempo de secura. Encontra-se hoje encostada ao vinhateiro que pacientemente tem cuidado dela, tirou-lhe os cardos, as urtigas, recompos-lhe as cercas e nela não permitiu que se plantassem outras sementes para que não se consumisse o fruto da terra. A igreja já tem o selo do Senhor e o selo é fonte, é jardim fechado, é a vinha cercada. A igreja é de frutos, é um pomar e tem a excelência do Carmelo.
Como se planta uma videira?
1 - Cava-se um buraco na terra. A cavidade deve ser bastante ampla para que as raízes se espalhem comodamente, com espaço suficiente para elas crescerem na terra.
2 - Cobre-se então o cepo com bastante terra, terra boa e fértil, soca-se bem a terra, até serem eliminadas as bolhas de ar. Rega-se abundantemente a videira para que ela já comece a crescer com vigor.
3 - Quando ela começa a crescer deve-se amarrá-la à vara, ou às varas, de forma a dar-lhe suporte.
Se passarmos o plantio da videira para o terreno espiritual vamos encontrar grandes riquezas. João 15:1 diz: “Eu sou a videira verdadeiro e meu Pai é o lavrador”. Jesus é a videira verdadeira. Então vamos plantar essa videira. O solo é o nosso coração que à semelhança da terra, deve ser espaçoso o bastante para deixarmos que as raízes do Senhor penetrem profundamente em nós e se acomodem nos espaços do nosso ser. As raízes do Senhor em nós farão nascer frutos excelentes - os frutos do Espírito - os dons que vão enriquecer nossa vida e nossa intimidade com Jesus, pois que ele está plantando dentro de nós e se ele não estiver em nós também não estaremos nele. Ele próprio nos fará passar à segunda etapa do plantio: Impregnar-mos de Jesus, tirar as bolhas da contaminação deste mundo. Regar a videira. Ele nos dá o seu espírito para regá-la com a água que vem dele mesmo: a água da vida. Uma vez crescida a videira em nós, ela vai aparecer e vai se espalhar por sobre as varas. “Toda a vara em mim que não dá fruto a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para dê mais fruto”.
Como dissemos a vinha tem características importantes. O terreno é limpo, ela é cercada. É como o jardim de Deus -fechada (Isaías 5:1). No meio há a torre. É a torre de vigia “apanhai-me as raposas, as raposinhas, que fazem mal às vinhas, porque as nossas vinhas estão em flor”. (Cantares 3:15). O próprio Senhor ele é o guarda na torre de vigia que protege a sua vinha, ele espreita tudo em redor para que o inimigo que tantas vezes quantas pode assedia a vinha de Deus.
Os vinhedos eles se estendem por sobre as varas, um imenso varal. E quando ela fica cheia de folhas e frutos as varas não são vistas. Esta é a função das varas - o Senhor Jesus é quem aparece, somos apenas os suportes da videira, dos meus frutos; se entrarmos debaixo dos vinhedos, vamos contemplar uma imagem singular: Olhando para cima veremos aquela plantação verdinha estendida por sobre as varas, veremos os cachos de uvas imensas (do tipo sorek), pendurados no meio das varas. Há uma sombra benfazeja ali se abraça às varas, como que permanece de braços dados com aquele imenso número de varais. É a sombra do Todo Poderoso, do El Shaddai, sobre a sua igreja.
A destruição da vinha era um castigo de Deus e Jeremias exorta (Jeremias 8:13) - “Certamente os apanharei, diz o Senhor, já não há uvas na vide...”. Oséias 2:12 também anunciava - “E devastarei a sua vide e a sua figueira”. O Senhor enviou os profetas madrugando para avisar ao povo do que sucederia se houvesse descuido com a vinha e com a figueira.
Estamos vivendo uma época em que é tempo de semear, de segar e de plantar vinhas. É o tempo do derramar do espírito. É o tempo da colheita dos frutos, pois o dono desta vinha voltará a este tempo para buscar os frutos.
O Pai é o lavrador e o vinhateiro é Jesus, o herdeiro da vinha, porque ele que é a videira verdadeira está plantado num outeiro fértil, e a vinha é a sua igreja que também está neste outeiro fértil “Filho do óleo”. Os filhos do óleo eram o rei e o Sumo Sacerdote. Jesus é tanto rei como Sumo-Sacerdote por isso ele é o filho do óleo que habita este outeiro fértil.
A igreja é também esta vinha onde não foram plantadas semente diferentes para que não se consumisse o fruto da terra.
A igreja como que está cercada de muros, onde existe uma torre de vigia para que as raposas não venham devorar as vides em flor. O Senhor está preparando o vinho aromático (os dons do Espírito) para nos dar o mosto no lagar que preparou para a festa da redenção - o Espírito Santo que flui na igreja do outeiro fértil.
A igreja está nesta hora encostada ao vinhateiro que pacientemente tem cuidado desta vinha. Não tem permitido que sementes de outras espécies fossem plantadas nesta vinha. para que não se consuma o fruto da terra. A igreja que é a vinha do Senhor tem também o seu selo, é vinha cercada, separada. A igreja é de frutos, é um pomar e tem a excelência do Carmelo, e se prepara para as bodas do Cordeiro. As vides estão em flor. “Passou o inverno e a chuva cessou e em toda a terra já se ouve a voz da rola”.
F I G U E I R A
A figueira foi o primeiro fruto a ser mencionado na Bíblia, na história de Adão e Eva (Gênesis 3:6-7). Seu nome no hebraico teenah-teenim (pl.). Nas escavações de Gezer foram encontrados figos secos datando do período neolítico (5.000 AC), cuja localidade se situa nas escarpas ao oeste das montanhas da Judéia. Folhas espalmadas, largas, ásperas ao toque e com nervuras salientes. No outono caem e florescem no inverno no começo da primavera. A figueira tem um lugar proeminente nas escrituras, embora não gozasse de uma alta estima como a oliveira entre as pessoas da Bíblia. Os figos eram comidos frescos nos 2 meses em que as figueiras produziam seus frutos e depois, como secos, proviam alimento; na época a terra não os produzia. O figo é mencionado com o mesmo fôlego da produtiva e valiosa videira, em virtude de suas uvas e do vinho (Joel 2:21-22) “...a vide e a figueira darão a sua força”. Em toda vinha havia um figueira.
A figueira brota em fins de março. Nessa época os ramos são tenros e brotam folhas novas. Exatamente nesta época é que o Senhor, em Marcos 13:28, adverte: “quando o seu ramo se torna tenro e brota as folhas, bem sabeis que está próximo o verão”. Jesus está falando de um tempo definido, o tempo do arrebatamento da Igreja, tomando como imagem a figueira. E Israel como figueira brotou exatamente nesta época do brotar da figueira.
No ponto de contato com o velho tronco, ao mesmo tempo com as folhas, nascem pequenos figos, que com um vento forte caem. São os figos apontados em Cantares 2:13. Em Apocalipse 6:13 encontraremos também uma alusão bastante sugestiva aos figos desta época. Os figos desta época são os chamados temporão e as melhores espécies de figos se conservam até à maturidade, que ocorre em junho: esses figos temporãos são muito doces e bons e encontramos muitos dos profetas exaltando a excelência desses figos: Miquéias 7:1 - “Os figos que a sua alma desejou”; - Naum 3:12 compara as fortalezas de Israel à figueira, “cujos figos temporãos, quando sacudidos, caem na boca do que passa”. Jeremias 24:2 fala dos cestos de figos em que os figos bons eram os temporãos; Oséias 9:10 compara Israel como “uvas no deserto”, e a seus pais como “a fruta temporã da figueira no seu princípio”. Os figos tardios brotam lá para agosto nos galhos de cima e nesta época dá-se a segunda grande colheita.
Uma ocasião Jesus se aproxima de Betfagé (que significa “casa dos figos”), como ele esperava encontrar ali uma figueira, os figos temporãos ele amaldiçoou a figueira, pois, que nela não havia tais figos. O Senhor anunciava assim um castigo para Israel que não respondeu aos cuidados do vinhateiro.
A sombra da figueira é de igual modo muito apreciada, suas folhas espalmadas e seus grandiosos galhos, formam uma tela impenetrável e o oriental gosta de ficar debaixo dela para meditar. E foi assim meditando que Jesus viu Natanael debaixo da figueira: “...não te vi eu, estando tu debaixo da figueira?”.
Em Lucas 13:6 há outra parábola de Jesus sobre a figueira e a vinha. Jesus estava marcando tempos: “há 3 anos o vinhateiro vinha procurar frutos sem encontrar”. A figueira é símbolo político de Israel, e Israel foi quantas vezes advertido pelos profetas: “Certamente os apanharei, diz o Senhor, já não há uvas na vide, nem irá deles”. (Jeremias 8:13) - “Fez da minha vide uma assolação e tirou a casca da minha figueira; despiu-a toda, e a lançou por terra; os seus sarmentos se embranqueceram”. (Joel 1:7).
Vimos então que a época do brotar dos figos começa no fim da primavera, o que ocorre em Israel em fins de maio indo até agosto. Curioso é notar que a figueira, no sentido político de Israel brotou no dia 14 de maio de 1948, próximo do verão, época em que os figuinhos temporãos estão agarrados ao tronco; Israel neste tempo, já cumprida a parábola, frutificará. Lemos em Zacarias 8:13 - “E há de acontecer oh casa de Judá, e oh casa de Israel, que assim como fostes uma maldição entre as nações, assim vos salvarei, e sereis um bênção; não temais, esforcem-se as vossas mãos”. E esta figueira - Israel - tem frutificado e se tornou como o jardim do Éden. Floriu, reverdeceu e Jesus tão ligado à figueira, breve receberá na nuvem que o vimos subir, na mesma nuvem - shechinah - a sua igreja o ouvirá dizer: “sobe para cá”, cumprindo-se assim a Palavra. Jesus está interligado com a figueira. A Palavra diz que no seu tempo, a figueira daria raízes para baixo e fruto para cima. As raízes estendem-se para abaixo indo a Adão e Noé onde o plano de Deus se iniciou - no jardim do Éden. As folhas para cima são o indício de que a figueira está anunciando o grande evento tão esperado desde a antiguidade - o arrebatamento da igreja. No milênio o vinhateiro - o dono da vinha e da figueira - entregará ao seu dono a vinha e a figueira com os seus figuinhos. O espaço que ela ocupou não foi inútil.
Diz-se em Israel que como os figos não amadurecem todos a um só tempo, assim foi com o desenvolvimento do povo de Israel. O primeiro a amadurecer foi Abraão. Ainda é dito que a forma da figueira é comparada a Jerusalém e ao povo de Israel. A semelhança decorre do fato de que o tronco da figueira é pequeno, enquanto seus galhos se espalham e formam um círculo enorme em volta do tronco. De modo semelhante o “tronco” de Jerusalém foi eventualmente cercado por um enorme círculo proveniente da colheita do povo de Israel.
Assim, a colheita do figo em Israel, ocorre às vezes duas vezes por ano, em período curto de 2 meses. Naum 3:12 diz que não se trata de árvores tão imponentes como a oliveira nem tão pouco em tempos antigos, mas sem dúvida a figueira é tida como uma das árvores mais renomadas da Bíblia. Há figos bons e figos de figueira brava, como o sicômoro. Os sicômoros são também muito referido na Bíblia. (I Crônicas 27:28; II Crônicas 1:15). Ele difere da figueira em várias maneiras, é sempre verde e tem folhas pequenas sem lóbulos. Cresce abundantemente nos vales mais baixos, provê sombra gostosa ao longo das estradas no climas do Mediterrâneo. Há uma curiosidade quanto aos sicômoros. Amós era boieiro e cultivador de sicômoros e deve ter seguido a prática dos pastores de Tecoa donde ele era, quando à noite vigiava seus rebanhos juntamente com os pastores da área. No fim do seco e quente verão, quando todos os pastos do deserto da Judéia tinham se esgotado, ele movia os seus rebanhos de cabras e ovelha para as planícies do Jordão, no vale de Jericó. Esta é uma área rica em verdes forragens durante todo o período de verão escaldante em Israel. Esta é a estação em que os frutos do sicômoro, verdes, cobrem as pontas dos galhos. Este fruto embriônico tem que ser perfurado (um processo chamado blissá) em hebraico, e esfregado com óleo. Este cuidado era necessário para que o fruto alcançasse um amadurecimento suculento. Hoje, na indústria agrícola de Israel, não é prático investir no trabalho manual, com vistas (pelo processo blissá) a assegurar um colheita de alto nível do fruto do sicômoro, apesar de o fruto não ser apresentado no mercado. A estação adequada para a perfuração do fruto do sicômoro, pelo menos os que crescem no vale de Jericó, se dava por volta da época em que os pastores desciam dos declives desérticos da Judéia e Samaria para o vale. Os rebanhos pastavam no vale, enquanto os pastores se dedicavam a outros trabalhos. O pastor trepava nos amplos galhos dos sicômoros, enquanto vigiavam com os olhos os rebanhos, executavam o monótono serviço de perfuração e oleificação do fruto ainda verde. Os pastores de Betel ficavam nos montes Efraim e Amós nos montes de Tecoa na Judéia.
O figueira brava ou sicômoro também foi objeto de Jesus em suas palavras. Quando ele passava por Jericó, havia uma figueira brava e como que se debruçava por sobre a estrada. Jesus olhando para cima viu a Zaqueu e disse-lhe: “...desce dai para baixo porque hoje me convém pousar em tua casa”.
Voltando à figueira há ainda uma curiosidade a ser considerada no calendário de Deus: Da criação do mundo até o nascimento de Abraão se passaram 1948 anos. Do nascimento de Abraão até o estabelecimento do Estado de Israel foram 3.730 anos. Da criação do mundo até o início da era comum, também 3.760 anos. Do começo da Era Comum até o Estado de Israel, 1948 anos. Como que o plano de Deus, em termos de datas, está praticamente cumprido. Só nos resta esperar um pouquinho mais, por um tempinho que não foi revelado. Mas a palavra também diz que: “não passará esta geração sem que estas coisas aconteçam”. Estamos na contagem da geração que tem presenciado o cumprimento das profecias.
A C Á C I A
Uma outra planta identificada com Jesus é a acácia. Planta típica dos desertos de Israel, especialmente do Arvá e das regiões secas e áridas do Mar Morto. Há vários tipos de acácia. A acácia mais comum cujo nome em hebraico é shittah foi usada na construção do tabernáculo (Êxodo 26:15 - Josué 2:11). O vale de Sitim - no mar Morto -, também é chamado de vale das acácias. A madeira da acácia não é madeira de cetim, como muitos pensam, não se trata de madeira mole, mas de madeira dura, incorruptível, cheia de nós. O vale é que se chama de Sitim, da mesma palavra hebraica Shittim, portanto vale dos Sitim, que é referido na Bíblia 24 vezes, das quais 9 se referem a acácia em si, e outras 5 associadas ao local onde se encontra a acácia (Vale de Sitim). A palavra sitim, shittim significa acácia. A palavra sunt que vem do árabe determina certos tipos de acácia provenientes do Egito, Arábia e sul de Israel. Isaías 41:19 cita a acácia como árvore de sita (no hebraico shittah). A acácia comum atinge 5 a 8m e é copada na parte superior. Os espinhos longos, brancos e afiados dos galhos são os estípulos das folhas que são divididas em pequenas folhas lisas, oblongas e alipticas. As flores crescem em hastes longas e florescem na primavera ou no fim do verão. Os frutos são cheios de sementes e lisos, caem da árvore e são consumidos por vários animais.
Quando se viaja pelo Negueve, Aravá e toda a região do Mar Morto é comum ver-se as acácias. O que chama a atenção na paisagem, especialmente ao longo de todo o Negueve, e no Sinai, são estas árvores retorcidas, pequenas, a maioria, cobertas de pó, secas e pouco copadas, crestadas pelo sol. Esta visão nos leva a identificá-las com Jesus em sua humanidade, nas suas caminhadas ao longo do deserto. Quantas vezes ele também teve seus pés e suas roupas cobertas de pó das regiões secas e quaradas pelo sol, suas difíceis jornadas com o sol a pino, cansado sem ter onde reclinar a cabeça, despojado de si mesmo como a acácia, relegada aos desertos. É assim que vejo estas acácias do deserto, semelhantes a Jesus também retorcido, moído pelas nossas iniqüidades.
A acácia foi muito usada no tabernáculo, no Sinai. As barras, as pranchas, a arca, a mesa dos pães da proposição, o altar de incenso e o altar externo. As acácias no Sinai são altas e os filhos de Israel, durante peregrinação no deserto trouxeram madeira de acácia e trabalharam-na para aplicação nos vasos citados. Eram trabalhadas, lixdas para se extraírem os nós que as caracteriza. A acácia é uma espécie de cedro, madeira incorruptível, entre as variedades do cedro a acácia foi escolhida por Deus. Havia acácias em Migdol, Tzabaia e elas eram santificadas, proibidas para uso por causa da santidade da arca.
L I N H O
A planta do linho pishtah, existem dela 200 espécies. Ela cresce tanto
pelas fibras como pelas sementes e é rica em óleo. Biblicamente falando, ela é exclusivamente uma planta de fibra. Seu cultivo data de 5.000 AC nos países do médio-oriente, incluindo a terra de Israel. É uma planta anual. Seus galhos têm folhas longas e estreitas e apresenta flores azuis consistindo de 5 sépalas, 5 estames. O fruto contém muitas semente oleaginosas.
As vestes sacerdotais simbolizavam a humanidade de Jesus. Eram de linho fino torcido. Jesus no seu sepultamento foi envolvido em lençol de linho. O branco do linho era inimitável, e coloca diante de nós a perfeição e a pureza do Homem Cristo Jesus. Houve um padrão divino tecido dentro do linho da humanidade de Jesus. O linho usado na veste sacerdotal nunca mais foi visto desde os tempos de Arão. Era um tecido egípcio que data de 2.500 AC. A sua técnica morreu com os egípcios, e não foi revelada a mais ninguém. Assim é com Jesus o único que jamais será imitado. O linho tem uma característica: a semente é lançada na terra. Ali ela morre, mas após a morte vem a vida: houve morte e ressurreição. Para servir de glória e ornamento na veste sacerdotal o linho passava por muitos processos. Este linho fala de Jesus o justo. Ele está assentado ao lado de Deus Pai como homem perfeito.
H I S S O P O
O hissopo é um arbusto cinza, com finos galhos lenhosos. Nem as suas folhas nem as suas flores se destacam. Algumas vezes cresce em pequenas brechas da pedra (na rocha) e é válida a sua fragrância e gosto. O hissopo é uma especiaria importante e planta medicinal, enquanto que os seus galhos secos dão excelentes gravetos. O melhor alimento feito com hissopo (orégano), no Oriente Médio, é um pó conhecido pelo nome árabe de zatar. É uma mistura de folhas de hissopo, esmagadas e transformadas em pó, sementes de gergelim, sal e pimenta. Tem um largo uso no oriente.
Por muitos anos, especialmente na Europa, aceitou-se que o hissopo ezov era um limo ou liquem, cujos pequenos grupamentos cresciam nos troncos das árvores, nas rochas e paredes, frequentemente em lugares sombrios. Rashi (rabino famoso do século XI) faz objeções a esta identificação (em seu comentário sobre Êxodo 12:22): “o ezov é um planta que tem galhos”. Muitos comentários em Israel afimam que o ezov (hissopo) tem galhos. Como por exemplo: “o ezov... foi mergulhado com seu caule e seus galhos...”. Torna-se assim impossível que o hissopo seja limo ou liquen, que não tem galhos visíveis e também dos quais não se poderia dizer que foi “mergulhado com o caule e os galhos”. Há um provérbio que diz: “Se uma chama pega os cedros, que fará o hissopo que está na rocha”. Este provérbio afirma que o hissopo é “uma espécie de árvore” cujos galhos queimam ou pegam fogo facilmente. Se o hissopo fosse realmente um limo que cresce no leito das rochas, este provérbio jamais teria sido composto.
Em Êxodo 12:22, o termo hebraico usado para hissopo é o ezov. Porque o ezov é uma planta com um caule lenhoso e galhos, só (I Reis 5:13), falou de árvores do cedro do Líbano ao hissopo que cresce na rocha. Salomão reportou-se a árvores das mais possantes e altas às mais humildes. O hissopo floresce ainda nas montanhas áridas do Sinal.
O hissopo apesar de suas inúmeras qualidades, permanece humilde na aparência e modéstia na demanda.
Este simbolismo do hissopo versus o cedro nos ajuda a entender o diálogo entre o rei Davi, após o profeta Natan criticá-lo pelo seu comportamento com Batseba (Salmo 51:17) - “purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me e ficarei mais alvo do que a neve”. O pedido de Davi pode ser entendido como um pedido do leproso, porque o hissopo foi também usado na purificação dos leprosos.
A flor do hissopo é considerada como a flor da humilhação. Foi com um chumaço de hissopo que Moisés mandou molhar no sangue do animal sacrificado e passar nas portas das casas dos israelitas no Egito.
Jesus na cruz deram-lhe fel e mirra com uma esponja das flores do hissopo. Os soldados correram em suas barracas e trouxeram esta bebida para Jesus, conhecida como “poska”, em vez de água lhe deram este composto. O molho de hissopo era amarrado formando cachos para espargir inclusive sangue nos leprosos (Levítico 14:4), bem como para adoração - Número 19:6.
O hissopo é ainda vendido no mercado como especiaria, trata-se do orégano. O hissopo por ser associado à limpeza era uma planta tida como possuidora de poder de purificação espiritual (Salmo 51:7). Cresce entre 50 e 80 cm, e não brota nos muros. Raro no Sinai, embora haja referências freqüentes ao seu uso ali. Os Samaritanos tradicionalmente usavam o hissopo para espargir o sangue do sacrifício na Páscoa. Esta planta mostra a maneira desprezível como Jesus foi tratado nas horas que antecederam sua morte na cruz, morte porém de vitória inexcedível.
A M E N D O E I R A
A amendoeira tem uma característica muito importante que liga a Jesus. Ela começa a florir antes do fim do inverno. A amendoeira como que simbolizava a antecipação dos acontecimentos. Era na verdade o arauto da primavera em Israel. A palavra shaked aparece na Bíblia como amendoeira, galho ou fruto. O termo em forma de amêndoa (meshukadim), juntamente com chaftor (o botão da flor), que as Bíblias traduzem por maçaneta, gavia (o cálice) e prah (a corola), são os termos usados em Êxodo com relação à ornamentação do Candelabro com a flor da amendoeira. Hoje não há mais florescência de amendoeiras no Sinai, mas elas podem ter florescido nas regiões montanhosas, uma vez que crescem nas colinas do Negueve. Foram usadas no modelo do Candelabro (Números 17:8 e Jeremias 1:11-12).
A amendoeira começa a florir na primeira metade de fevereiro e continua por cerca de um mês, produzindo florescência em massa, antes do aparecimento das folhas, assemelhando-se à paisagem como uma nuvem de neve. As flores tem cada uma um cálice em forma de sino e uma corola que se abre, com 15 a 20 estames e 1 pistilo. Dez dias após as flores aparecerem o fruto começa a surgir. O pericarpo carnudo seca e racha-se em válvulas, soltando o fruto que cai no chão. Cortem cerca de 50% de gordura e foram cultivadas desde a pré-história. (Gênesis 43:11). Do Gênesis até Jeremias, as amendoeiras inspiraram artistas e proveram alimento. Desde o relato do Presente de Jacó enviado ao Egito existe a amendoeira em Israel.
Na palavra de Jeremias, à pergunta: “que vês Jeremias?” - Ele disse: “vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o Senhor: viste bem porque eu velo pela minha palavra para cumpri-la.” - Jeremias 1:12.
A amendoeira é a árvore que vela. As suas flores brancas como a neve anunciam uma nova vida, antes mesmo que chegue a primavera, logo que a morte invernal do mundo vegetal chegue ao seu fim. Elas dão ao candelabro um significado particular. São uma imagem do Senhor Jesus que “anulou a morte” - (II Timóteo 1:10). A vara de Arão era também de amendoeira. Passou toda uma noite no lugar
santo diante da arca da aliança. Ela apenas manifestou vida, entre as 11 que lá estavam, fez brotar os botões e produziu flores e fez amadurecer os frutos. Quatro ciclos da natureza se processaram em uma só noite (Números 17:1-11). Temos aqui uma imagem de Jesus ressuscitado. O candelabro foi ornamentado com as flores da amendoeira representando a época da oferta dos frutos. A palavra shaked da qual deriva no hebraico, o nome para amendoeira, caracteriza a florescência de árvores e frutos que florescem antes das outras. Estas flores são um testemunho da glória de Deus, daquele que ressuscitou dentre os mortos. Os seis braços se unem à haste central e no topo restou uma única flor em destaque. Na imagem do candelabro formamos um corpo com ele - unidos à aquela flor de amendoeira, a mais excelente.
Ainda a amendoeira se assemelha a Jesus com a sua cabeça e cabelos brancos como a branca lã, brancos como a neve (Apocalipse 1:14). Os seis braços são contudo o ornamento e o enfeite de Deus, uma vez que a assembléia de Jesus, o Corpo de Cristo estão nele representados o que significa dizer: “A plenitude daquele que cumpre tudo em nós.” - Efésios 1:23.
Começa a florir por volta de fevereiro. Em princípios de março (Adar), as folhas já estão desenvolvidas. Quatro meses depois as amêndoas amadurecem, por volta do fim de Junho (Iyar-Sivan).
R O M E I R A
“Os teus lábios são como um fio de escarlate, e o teu falar é doce; a tua fronte é qual pedaço de romã entre as tuas tranças.” - Cantares 4:3
A romã foi decantada em Cantares como imagem da beleza da mulher, que se compara à linda forma da romã, as maçãs do rosto, por exemplo, a multidão de suas sementes que simbolizam fertilidade, o suco vermelho que fala do amor, o néctar, o odor de suas flores, que se despertam na primavera.
Juntamente com a videira foi escolhida para representar a abundância da terra, quando os espias vieram explorar Canaã, enviados por Moisés. A romã - os seus frutos foram contados entre as “sete espécies”, com os quais a terra tem sido abençoada.
O seu nome no hebraico é rimmon, é uma planta mencionada na Bíblia, como uma árvore. Algumas partes da romã foram usadas medicinalmente e sua casca serviu como ingrediente para tintura, ainda hoje usada.
Cascas de romã foram encontradas nas escavações do período neolítico em Gezer. As sementes são comidas ainda frescas ou se pode confeccionar vinho aromático. A árvore tem sido cultivada por anos, por causa de suas sementes e por ser refrescante no verão. É abundante em pomares.
A romã é um dos frutos do Oriente Médio mais doces ao paladar. Nenhum fruto é mais compacto em sementes. Está cheio de poder produtivo. Como visto em Cristo e a Igreja, não há nada mais poderoso e frutífero do que o amor divino. (Atos 4:32).
Na veste sacerdotal, as romãs eram artificiais. Elas não eram o fruto real, mas imitações. O que representam em nossa vida? Na dispensação do Velho Testamento todas as coisas eram artificiais; na nova economia de Deus, através de Jesus Cristo, tudo é real.
As romãs ficavam em baixo, faiscavam na orla da veste do Sumo-Sacerdote, e assim ao alcance de cada um. No Templo elas ornamentavam as colunas (I Reis 7:16-20), representando a velha dispensação onde os padrões eram tão altos, de sorte a ficarem além do alcance de todos. Nenhum homem ou sacerdote podia deixar a Lei. Mas Cristo nosso Sumo Sacerdote, a quem Aarão tipifica, veio como um homem na semelhança em carne sem pecado, e como as romãs na orla da veste, ele trouxe o céu e seus frutos ao alcance de todos.
O fruto fala de caráter. Os frutos do Espírito são as únicas coisas que podem ser levadas além da sepultura; o caráter vive onde a carne desaparece. É significativo que os únicos adornos do Manto Celestial foram frutos colhidos da terra - proclamando no céu que ele veio do mundo abaixo.
As romãs são frutos da Terra Santa - de Canaã (Números 13:23 e Deutero- nômio 8:8). Não eram encontradas no Egito. Quando se recorda o Egito, fala-se de melões, pepinos, alhos porros, cebolas (Números 11:5) - os primeiros frutos estão próximos à terra e os últimos têm raiz nela. Os saborosos (de gosto apurado) provenientes do Egito, são de fontes da terra, enquanto os frutos da Terra Santa são altos, fora da terra para amadurecer ao ar e ao sol dos céus. As romãs são um dos agradáveis frutos nos quais o “amado” se deleita (Cantares 8:2). Assim eles nos falam do fruto do Espírito - preciosos frutos de nossa Canaã!
Note-se um fato remarcável; na justificação do pecador, a justiça é a base da paz. Mas uma pessoa justificada, a justiça como um fruto, salta de uma alma em paz (Romanos 14:17; Josué 3:18). Os trabalhos sugerem um fábrica na terra, mas os frutos vêm do jardim de Deus.
(Transcrição do livro: “Garments for Glory and flor Beauty.” - de Lawrence V. Tiller - Traduzido).
As romãs colocadas na borda do manto sacerdotal, é como se o vento do Espírito agitasse e se derramassem no santuário os aromas que o vento norte e o vento sul enchiam o jardim de Deus, pois que a romã é fruto do jardim de Deus - Israel.
“E U S O U A R O S A D E S A R O M”
Jesus é a rosa de Sarom. O diálogo do versículo 1 do Capítulo 2 de Cantares: esposa. “Eu sou a rosa de Sarom e o lírio dos vales”.
A Sulamita era da Galiléia e se chamava pelo nome de duas flores das redondezas de Nazaré: o havatzélet e os shoshanim. O verso no hebraico diz assim ani havatzélet hasharon ve shoshanim ha ´amakim.
A palavra havatzélet traduzida por força, não expressa exatamente o que está no original. Os tradutores da Bíblia têm dificuldade na tradução. A Bíblia amplificada sugere vários nomes: pequena rosa, crocus do outono da planície de Sarom e humilde lírio dos vales (que cresce em lugares profundos e de difícil acesso). As rosas vieram no último período da Armênia e da Pérsia. Eram cultivadas no oriente (India), no Egito e Europa, enquanto que o lírio (havatzélet), existe em Israel há mais de 3.000 anos. Esta palavra vem de uma raiz relativa a flores nativas batzal e a maior característica é que ela é planta de bulbo (as rosas não o são). De acordo com o targum o havatzélet, é o narciso (tradução também preferida pela Bíblia de Jerusalém), o qual possui brilho e se assemelha ao lírio.
O havatzélet está registrado na Bíblia 2 vezes. Aqui em Cantares, uma única vez, dando um destaque, no lugar da tradução rosa, e em Isaías 35:1, onde também foi traduzido por rosa, mas se trata do lírio.
O havatzélet não é da planície de Sarom, mas sim de uma região chamada Sarom, entre o Tabor e Tiberíades (I Crônicas 5:16). Em anexo, encontra-se página da Bíblia traduzida por João Ferreira de Almeida - edição atualizada e corrigida na grafia simplificada, onde se verifica que o verso 1 do Capítulo 2 é parte do diálogo da noiva.
Shoshanat, shoshanim (pl) são lírios, bem como a palavra havatzélet, que quer dizer lírio, se assemelha aos crocus de outono que eram vermelhos como os lírios do oriente, lilazes ou brancos. Os shoshanim lírios comuns dos vales profundos entre montanhas, enquanto que o primeiro (havatzélet), é lírio das montanhas conforme já dissemos. O lírio tem 6 pétalas e shoshana vem da raiz de shesh que quer dizer seis. O havatzélet é um lírio diferente, citado juntamente com os lírios dos vales. Os lírios dos vales são plantas também de bulbo e ambas se identificam plenamente. O havatzélet, é portanto, um lírio dos montes da Galiléia e os shoshanim são os lírios do vale. A brancura do havatzélet chamou a atenção da noiva, formando um contraste com sua própria cor escura - “não olheis para eu ser morena”. A Sulamita se julga humilde, simples diante da magestade do rei; ela é parte dos lírios do vale.
O havatzélet, lírio dos montes da baixa Galiléia, são flores cuja beleza tem uma curta duração, cada flor permanece aberta somente 24 horas. No dia seguinte, outros botões se abrem em flores enquanto que as flores de ontem começam a produzir fruto. É como o caminhar da igreja. Os servos de ontem começam a frutificar enquanto os de hoje se abrem em flor.
No diálogo dos lírios entre os espinhos o noivo respode à sua amada dizendo que ela não é apenas o havatzélet hasharon ou a shoshanat ha´amakim (lírio dos vales), mas que é a shoshanat ha´amakim entre os hoah (os espinhos)(hohim-pl). O hoah conforme já dito, é uma planta cheia de espinhos, os cardos dourados, que crescem exatamente nas mesmas condições ecológicas dos shoshanata ha´amakim. É muito comum encontrar o narciso crescendo entre os caminhos destes espinhos nas terras baixas e umidas de Israel. Crescem também no vale da Judéia próximos a Ivné.
Por volta de 15 do mês Av (julho-agosto) a terra de Israel alcança o fim do seu período de verão mais quente. Pelas manhãs, nesta época, a umidade, algumas vezes, se condensa numa grossa camada de névoa branca, nas terras baixas e nos vales de Israel. Três tipos de flores, todas elas brancas, são as primeiras a responderem a estas mudanças de tempo. O havatzélet (traduzido por rosa de Sarom) tem duas especificações: havatzélet hahar, lírio das montanhas e colinas das regiões de Israel chamado de “cabeça” e o havatzélet hahof, que é o lírio das areias que crescem ao longo da costa arenosa da planície de Sarom - são chamados os “pés”. Florescem por volta de julho-agosto e pontilham as costas do Mediterrâneo como lindos retalhos de branco e flores perfumadas. No monte Hermon - o monte mais alto de Israel, pode-se encontrar, nos penhascos dos montes os lírios chamados de shoshanim.
Na mesma linha de imitação do novo colorido da terra, as jovens do antigo Israel se vestiam de branco e iam dançar nos pomares de oliveira em Tu B´Av (15º dia do mês Av). Este é o período do ano quando as oliveiras começam a amadurecer. Os árabes costumam chamar de Tu B´Av o “Dia das Oliveiras”.
De início vimos a presença da vinha, os perfumes que na expressão do autor se derramavam, eram como que aspergidos, como numa libação. Entende-se por unguento as especiarias, das quais o palácio era perfumado. A fragrância (shemen) do seu nome (shem) sobrepuljava.
Cantares diz que Jesus desceu aos canteiro de bálsamo para colher os lírios “ele apascenta entre os lírios”. Sendo o havatzélet um lírio das montanhas, região próxima à Galiléia, ele desce aos canteiros de bálsamo para colher os lírios. A Sulamita era das regiões da Galiléia onde Jesus começou seu ministério. Ele se identifica com a Sulamita, morena, pois que ela tinha uma vinha e guardava a vinha, daí o mesmo sol que causticava as caminhadas do Mestre, era o mesmo que a tostou, dos mesmos territórios, não era apenas o sol de sua morada no sul, mas do sol aberto. Em realidade devia ser uma princesa, mas era de uma família humilde das partes remotas da Galiléia. A simplicidade dos seus pensamentos de um caráter rural - alegre em plenos campos - , e a saudade de uma vida tranquila em sua cidade natal.
Salomão se apaixona por alguém que ele não conhecera antes. (Eclesiastes 7:28). E ele a eleva ao seu nível: de igual para igual. ela é um padrão de devoção, ingenuidade, modéstia, pureza moral, prudência - um lírio do campo tão adornado, como Salomão não o foi em sua glória.
Salomão era amante de jardins e flores, do bom perfume e da natureza. A congregação é realmente uma noiva e Salomão um tipo do príncipe da paz (shlomoh da raiz de shalom - paz).
O texto de Cantares foi construído dentro desta raiz shalom - paz. Vejamos: Shlomoh - Salomão, Shulamit - Sulamita, Shalom - paz, Ierushalaim - Jerusalém. Trata-se inclusive de uma ênfase à letra ___ (shin) do hebraico e que é a 21ª letra do alfabeto - a letra que tem a forma do candelabro do Tabernáculo. A letra que mostra a Trindade 7 x 3 = 21, donde, 2 + 1 = 3, sete o fator, o padrão divino e o 3 a Trindade. A sibilação das palavras transmitidas pelo shin, Sholomoh, Shulamit, Shalom, Ierushlaim põe em evidência o desejo do autor, caprichoso em seus mínimos detalhes. Ierushalaim significa herança eterna de paz (Ierushaolam). E essa sibilação é como que um som trazido pelo sopro do Espírito Santo de Deus, como que a dizer:
paz, paz, paz. Uma canção de louvor que o próprio Cântico dos Cânticos, como o é também o cântido do Zamir, o murmúrio da voz da rola “Porque eis que passou o inverno, cessou a chuva e so foi: aparecem as flores na terra, chegou o tempo de cantarem as aves, e a voz da rola ouve-se em nossa terra.” (Cantares 2:11-12). Não se trata aqui de as aves mas de um pássaro específico de Israel - o zamir. Na época do acasalamento exatamente este período em que cessam as chuvas e o inverno passou, este pássaro emite um som, enche o seu papo e o som é onomatopaico: tor, tor, tor. É um simbolismo do momento do arrebatamento da Igreja - o casamento do noivo com a noiva.
Ainda o refrão - um leit motiv - filhas de Jerusalém (banot ierushalaim) fala das palacianas, em contraste com a Sulamita que veio das regiões da baixa Galiléia (Isaías 9:1), que incluía Nazaré e Cafarnaum, seus lugares de origem. Sua cor morena ela a compara aos pelos das tendas dos coraitas tão em contraste com as palacianas - sua tenda era de pelos de cabras, na maioria pretas até cinza, como que a revelar os dons proféticos. Mas a sua tenda era agradável ao rei. As filhas de Jerusalém - as mulheres do palácio - se admiravam dela; uma dama do campo que não tinha idéia da ocupação do rei, no pensar delas. Ela pensa no pastor de um povo como um pastor de ovelhas.
Os espinhos não são os do lírio que nem os têm, mas dos espinheiros abundantes em Israel, já explicitado anteriormente. E o lírio dos vales sobrepuja aos espinheiros, ela se destaca, mesmo no meio dos espinhos, pela sua brancura.
E S P I N H O S
É interessante notar que várias plantas e árvores identificadas com Jesus tem espinhos. A igreja do Senhor também se assemelha a Ele, porque com Ele está identificada, especialmente quando em Cantares diz; “Qual lírio entre os espinhos tal é a sua amada”. Cantares 2:1-2
A palavra no hebraico para espinho é hoah hohim (pl). Estes espinhos são comuns, como planta nociva aos campos de trigo, em ruinas ou lugares abandonados (II Reis 14:9, Provérbios 26:9, Jó 31:39-40, Isaías 34:13, Mateus 13:7). Esta planta nociva brota também em solos de aluvião ou nas altitudes mais baixas do país (Israel). Geralmente trata-se de uma planta chamada “espinho dourado” que é comum se ver nas regiões do Golan e Galiléia, e, é em meio a estes “espinhos dourados” que Cantares vê a igreja - “qual lírio entre os espinhos”. Também crescem em Ofra nas regiões onde Gideão batia o trigo na sua eira. Juiz 6:11. Há vários tipos dessas plantas cheias de espinhos em Israel, como o espinho santo, espinho da Siria e outros. (Gênesis 3:17-18, Oséias 10:8, Mateus 7:15-16).
A coroa de Jesus foi tecida com espinhos, o mesmo tipo do qual fala Oséias 2:6 e Eclesiastes 7:6 chamado em hebraico sirim. Os camponeses usavam fazer longas cercas guarnecendo os pátios e jardins com este arbusto, usado também para cozinhar e fazer tijolos. Isaías 5:6 também fala desse arbusto que tão bem caracteriza a paisagem do Mediterrâneo. É abundante em Jerusalém daí os soldados romanos não terem dificuldade em tecer a coroa que Jesus usou (Mateus 27:27-30, Marcos 15:17, João 19:5).
Este arbusto cresce até 50 cm de altura. Aparecem na primavera e produzem flores e sementes.
N I T Z A N I M
Geralmente a Bíblia usa nomes coletivos para designar um tipo de flor. As palavras prash, tzitz e nitzah são usadas para significar flor, isto na Bíblia. Um primeiro grupo de flores da primavera formado de anêmonas, tulipas, flores do campo, todas lindas são chamadas coletivamente de nitzanim.
Lemos em Cantares 2:12 - “As flores (os nitzanim) aparecem sobre a terra”. Nitzanim provavelmente deriva do verbo habetz florir, empregada na Bíblia.
Este grupo de flores vermelhas é chamado de nissan pelos iraquianos o que sugere o mês de Nissan, isto pelo eclodir dos nitzanim.
Outro nome coletivo que nos interessa para compreensão de certas passagens bíblicas é tzit hasadêh - flores do campo - são tipo de margaridas, papoulas, etc. Neste grupo são usadas como um símbolo do que é passageiro e efêmero, vamos encontrar referências delas em Isaías 40:6-8, I Pedro 1:24-25, Tiago 1:10 e Mateus 6:30. Trata-se da curta duração da flor da erva.
Os nitzan - nitzanim são uma flor vermelha também chamada de nurit (no original hebraico). O nome vem da palavra nur que significa fogo por causa de sua brilhante e feérica cor vermelha. O termo notzez (mesma raiz de nitzan) significa faiscar. Um campo inteiro de nitzanim faisca como se cada flor fosse artificialmente polida até adquirir um alto brilho. O nitzan é um sinal do despertar da natureza rural quando florescem estas grandes flores selvagens no campo, as quais brilham intensamente. No verso de Cantares as traduções apenas citam “as flores” para o específico nitzanim (no original hebraico) porque tomaram o termo como que abrangendo coletivamente todas as flores. Também para as aves, generalizaram quando se trata de um pássaro específico o zamir que tem características marcantes e definidas. O autor de Cantares que conhecia a natureza de Israel em todos os seus detalhes, não falou de flores em geral, mas tratou de uma flor determinada, transmitindo uma mensagem. Estas florescem na primavera - o vermelho delas faisca mesmo à uma distância.
Os judeus do Kurdistão chamam os nitzan de nissana porque para eles Cantares fala do amor e os judeus dessa região consideram o nitzam como a flor do amor e cantam canções de amor usando o termo nissana.
Interessante é notar que muitas das plantas da Bíblia das quais já tratamos, florescem no período da primavera, o período da Pascoa - o que as identifica com Jesus. Esse tapete vermelho era comum no Monte das Oliveiras e em várias partes de Jerusalém e esse nurit se liga ao Senhor na cor do seu sangue, que ensopou o Gólgota e ainda relacionado ao Espírito Santo nos seus efeitos de fogo.
Em Israel haviam apenas duas estações: primavera e inverno. Daí o livro de Cantares fala: “o inverno passou e as chuvas cessaram...”. A palavra que define este período é stav, no original, procedente de uma raiz que significa esconder; quando o tempo se encobre com nuvens pois, que no oriente o inverno é a estação das chuvas. O verbo é também usado no sentido de chuva. Aqui se menciona especialmente a chuva - hageshem - e dá a impressão de denso, espesso.
A chuva do inverno é tida como se fosse uma pessoa que passasse, que se movesse de um lugar para outro.
I N C E N S O S A N T O
Também devia ser composto de 4 ingredientes: nataph, (estoraque). Não se trata da mesma mirra, ou da seiva obtida da mirra perfumada e seca, mas de uma espécie de estoraque (resina) que se assemelhava à mirra, que era cozida (no forno), e então usada como incenso para fumegação. Schehéleth unguento odorífero - onicha que era a concha de um molusco semelhante ao da púrpura de odor agradável; chelbenáh, (gálbano), uma resina de sabor amargo, picante, obtido por meio de uma incisão na casca de um arbusto que cresce na Síria, Arábia e Abissinia e então misturado a substâncias perfumadas, de sorte a dar maior pungência ao seu odor; e levonah incenso, uma resina de agradável cheiro, obtida de uma árvore da Arábia Felix ou da India, mas de que árvore não se sabe ainda. As palavras bad bebad ihiéh (parte por parte será) explicado na LXX, o que significa dizer, com partes iguais de todas as substâncias.
Era como se pudesse dizer que cada parte tinha que ser preparada de per si, e, então todas as 4 misturadas juntamente após (a separação de cada uma, de per si). Disto Moisés tinha que fazer incenso, trabalho de especiaria, salgado, temperado com sal como a oferta de manjares (Levítico 2:13). Deste incenso uma porção devia ser colocada “diante do testemunho no tabernáculo”, isto, não em todo o lugar santo, mas no lugar onde ficava o altar do incenso (Cf. Êxodo 30:6 e Levítico 16:12). O restante tinha que ser, é lógico, guardado em algum lugar. Havia a mesma proibição contra a imitação ou aplicação e uso estranho como no caso do azeite da santa unção para se usufruir dele.
O perfume que se evolava agora, formava um todo, se misturavam de tal forma que não havia identificação das drogas. A adoração, ela é de per si, individual, porém, na congregação, cada um se mistura ao outro, de sorte a esconder sua individualidade, porque a adoração quando chega ao Altar do incenso - onde está Jesus, que intercede por nós junto ao Pai - o Mediador -, a oração em conjunto no Templo, é uma só, não há conhecimento das transgressões que foram moídas, pisadas, sendo este moído e pisado já executado pelo próprio Jesus - moído pelas nossas transgreções e pelas suas pisaduras foram sarados. Ainda, sem beleza nem formosura, raiz de uma terra seca - Isaías 53:6.
Como dissemos acima o altar do incenso no Tabernáculo estava diante do Testemunho, diante da Arca, do Propiciatório, nivelando-se, portanto, com o Trono de Deus. Então apenas uma porção do incenso (o composto), era queimado diante do Testemunho no Altar de Ouro. Não havia assim uma quantidade definida como no óleo da santa unção. O perfume que exala dos servos são de diferentes odores - como o estoraque que é acre, como a onicha perfumada ou como o gálbano, amargo - diferentes espécies, mas Deus nos ama a todos igualmente assim misturados na Tenda da congregação. A misericóridia de Deus não tem medidas.
I N C E N S O
Em hebraico há dois termos usados para o incenso: a árvore do incenso que se chama levonah, e quando o incenso é queimado ele passa a chamar-se ketóret.
O incenso é um dos arbustos de maior significação com relação à sua ligação com Jesus. A Palavra em Lucas 1:10 diz: “E toda a multidão do povo estava fora orando, à hora do incenso”. Esta expressão hora do incenso está por demais ligada ao Senhor Jesus. No Templo era queimado incenso no santuário, no altar do incenso, que se nivelava com a arca no Santo dos Santos. O altar do incenso sabemos de sua importância.
Duas vezes por dia o santo perfume “ascendia fresco diante do Senhor” - Êxodo 30:7. Deve-se observar que o objetivo da queima do incenso nestes dois períodos era para que a completa fragrância pudesse perfumar o Santuário. O altar de ouro fez rolar sua nuvem perpétua de incenso durante a noite, enquanto a lâmpada brilhava com toda sua perfeita luz. Ao se fechar a noite da escuridão e do mal, o dia estará prestes a clarear e Cristo apresentará a Igreja em toda sua completa radiância diante de Deus no céu, e a última nuvem de fragrância do perfume ascenderá em seu favor. O valor de sua intercessão será manifesto no número de salvos. Duas cenas em Cantares apontam para este tempo: “Quem é esta que sobe perfumada com mirra e incenso e com toda sorte especiarias? - 3:6 - e ainda - “Quem é aquela que vem do deserto, apoiada sobre seu amado” - 8:5. A noiva aqui é representada subindo do deserto, do tédio, dos atropelos e perigos, agora é vista entranto no seu descanso, triunfalmente, como pilares de fumo, coberta com toda sorte de fragrância e variados perfumes dos mercadores.
Os desertos devastados e esperdiçados com seu grito foi para ela o verdadeiro jardim de onde os perfumes se exalavam.
No altar do incenso vamos encontrar Jesus intercedendo pelos que o ama: “Pai santo guarda em teu nome aqueles que me deste para que sejam um, assim como nós” - João 17:11.
O incenso se liga a Jesus do seu nascimento à sua morte, quando na sua última semana em Jerusalém, proferiu a oração de João 17, no Cenáculo, e eu chamaria o Getsemane de o jardim do incenso, o jardim do silêncio, do silêncio daquela madrugada quando o prenderam, quando se encontrava só orando ao Pai. Foi no jardim do incenso que ele foi encontrado e traído quando exalava o “bom cheiro”.
O incenso é um ingrediente importante, que como incenso quer como perfume. Sofre o mesmo processo de exudação como o da mirra e do bálsamo era muito comum na comercialização através do mundo antigo. O incenso foi importanto pelos fenícios para Israel, pela famosa rota das especiarias que vinham da Arábia e estações do litoral da África oriental; havia uma rota para as importações procedentes da India e do longinquo oriente.
O incenso é um arbusto de porte médio. A incisão no caule ou na casca, folhas ou galhos produz a resina que brota com mais intensidade em gotas brilhantes que vai de um branco, amarelo claro até ao vermelho.
Possui flores acinzentadas ou esbranquiçadas. É amargo e tem suave aroma. O incenso usado no tabernáculo e no Templo era importante pela própria composião e era chamado Ketóret. Êxodo 30:34-38 menciona o nome de três especiarias para a composição do incenso do tabernáculo: estoraque, onicha e gálbano, nomes estes que não mais ocorrem na Bíblia, nem existe em hebraico nenhum significado aparente de palavras assim traduzidas, de sorte que nos conduz à uma verdade específica é a intenção de ser tipificado nelas. Os perfumes são desconhecidos para nós. Podem ter sido selecionados com este propósito, para designar uma fragrância não apreciada aos sentidos humanos, mas entendida e avaliada somente por Deus.
A estas três especiarias desconhecidas foi acrescentado o incenso; de cada uma dessas especiarias tinha que haver “um peso igual”, os quatro ingredientes tinham que ser habilidosamente misturados juntos, “uma confecção segundo a arte do perfumista, temperado junto, puro e santo”. Assim estes perfumes que formavam o incenso era de igual peso; não havia preponderância de um sobre o outro: de variedades como eram, mesmo assim não podiam sobrepujar um ao outro; mas a fragrância peculiar de cada um formava um todo, e uma nuvem de suave aroma subia, curiosamente de compostos de vários aromas - suave para cada um dos ingredientes que o cumpunham e mais suave em seu odor combinado. Tipo do caráter do Senhor: graça, misericórdia, justiça, verdade. Tudo era perfeito e de um mesmo peso. Nos homens é justamente o inverso: seres diferente e distintos uns dos outros. Em Cristo cada graça tem a sua devida proporção e o seu lugar certo.
Alguns destes compostos aromáticos tinha que ser levemente batido e posto diante do testemunho. O objetivo de reduzir o incenso a pó, o mais fino, era para que a sua fragrância pudesse se desenvolver ao máximo e evidenciar o fato, de que a cada fragmento de minuto todos os perfumes fossem como um todo. Assim era em relação a Ele para quem este incenso aponta.
O verso “e porás do incenso diante do testemunho no tabernáculo da congregação onde eu me encontrarei contido”, foi cumprido quando o incenso foi colocado no altar de ouro. Diretamente diante do trono da graça, na presença dele que é luz, em quem não há trevas alguma, o Senhor Jesus, nosso Sumo Sacerdote, oferece uma intercessão que não tem fim, cujo valor e poder deriva das glórias eternas de sua pessoa.
E S T O R A Q U E
Tzori no hebraico, aparece seis vezes na Bíblia, 3 vezes associado a Gileade o que é altamente controvertido. Não resta dúvida que o Estoraque é uma resina obtida pelo ferimento na casca de uma árvore particular (chamada na literatura hebraica pós-bíblica de kafat). A referência sobre Gileade como um centro de resina de Estoraque em Jeremias e em Gênesis dão uma idéia de que a árvore cresceu em Gileade, a nordeste de Israel, em tempos bíblicos; mas como várias outras plantas do nordeste de Israel quase extintas, o estoraque desapareceu.
O estoraque cresceu de 6 a 10m de altura. Suas folhas caem no inverno, suas flores globulares tem uma cabeça amarelada e o fruto capsulas carnudas. Há padrões de tais árvores no sudoeste da Anatólia que produz resina comercialmente conhecida como estoraque do Levante, medicinalmente válida. A resina é obtida pela inserção no tronco de onde sai uma densa massa cinza-amarronzada, passando de semi-líquida a sólida contendo cerca de 30% no total de ácidos balsâmicos.
É importante observar na descrição dessas especiarias ligadas ao incenso e ao óleo da santa unção, que são resinas extraídas por corte nas cascas, no tronco, caule e folhas das árvores. Jesus também teve sua carne ferida por uma lança à semelhança de extração de uma resina e dele saiu água e sangue, como ocorre nestas plantas, cujas resinas às vezes, são esbranquiçadas, amareladas ou avermelhadas, conforme o tipo da planta, Jesus também se associou a conchas do mar. A onicha da qual já falamos - do mar Vermelho - que produzia um perfume, a púrpura extraída do murex, um molusco, e à pérola da qual Jesus é a pérola de grande preço.
Deve-se ainda notar que estas especiarias, muitas delas, eram extraídas pela incisão no caule e nas folhas donde era exçudada a resina. Lembra perfeitamente que Jesus foi reido em sua carne e dele saiu água e sangue à semelhança das resinas que eram extraídas dessas especiarias, tendo sido usado o mesmo método.
G Á L B A N O
O Gálbano é uma goma resinosa que está na Bíblia: “Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas, estoraque e onicha e gálbano; estas especiarias aromáticas e o incenso pudro de igual peso.” Êxodo 30:34
Trata-se de um ingrediente do incenso santo usado na adoração. O seu cheiro não é dos mais agradáveis. Em hebraico helbenah cuja identificação está firmemente estabelecida. Sem dúvida, era importado para o antigo Israel, uma vez que nem em Israel nem em países vizinhos não havia qualquer planta que produzisse esta resina.
A resina é amarela ou amarronzada, é obtida de um tipo de ferula que cresce no Irã e Afeganistão.
É uma planta herbácia que tem folhas largas, um tronco grosso e ricas umbelas de pequenas flores amarelas. A resina é extraída das partes baixas da planta e das raízes, através da incisão para se adquirir o fluído. Uma vez exçudada se solidifica em pedaços e toma a aparência e consistência da cera. Usada medicinalmente há muito tempo como expectorante e antiespasmódica, tornou-se um gênero raro. É exportada da Índia.
Ó L E O D A U N Ç Ã O
Composto dos melhores perfumes: mirra (líquida), canela, cálamo, cássia. Porções estipulada por Deus, misturadas a um him de azeite. A mirra e a cássia tinham em suas propriedades serem amargas e perfumadas, enquanto a canela e o cálamo eram aromatizados.
Tinha que ser preparado dos melhores perfumes “beshimim rosh - os principais óleos. Tratava-se de 4 especiarias perfumadas e mais óleo de oliva.
As especiarias eram então: mirra líquida (fluída) distitinta da resina seca; fragrância de canela, o nome foi introduzido à nação semita e depois passou aos fenícios, aos gregos e romanos. Se veio do Ceilão às vezes se torna duvidoso, por não se haver encontrado termo semelhante nos dialetos indianos. Fragância de cálamo (cana), calamus odoratus dos gregos e romanos, o qual era importado da India. Kiddah ou Ketzia era a cassia, talvez espécies diferentes.
A proporção na qual estas espécies deviam ser tomadas era de 500 siclos ou 14 ½ libras de mirra, a metade da quantidade, isto é 7 lbs e ½ de canela, e a mesma de cálamo e de cássia; no total 21 lbs de especiarias secas que deviam ser misturadas em um him de azeite (cerca de 5/4 e 14 lbs de mirra líquida). Os números 14 e 21 revelam a presença do 7 como padrão divino e o 3 apontando para a Trindade. Estas proporções levam à suposição de que as especiarias eram pulverizadas e misturadas com o óleo e a mirra no seu estado natural, pois, que o resultados neste caso devia ter produzido a mistura. Os rabinos declaram que as especiarias secas eram amaciadas em água quente, para extrair sua essência, que era então misturada com óleo e mirra, e fervido novamente até que toda a água evaporasse. Uma produção especial desta espécie é indicada pelas expressões “trabalho com especiaria de especiaria mista” e “trabalho do perfumista ou preparados do óleo (unguento)”. Com este santo óleo de unção o tabernáculo e todo o seu mobiliário era ungido e santificado, para que fossem o mais santo; também Aarão e seus filhos é que deviam servir ao Senhor como Sacerdotes (Levíticos 8:10). Este óleo de unção era santo, tanto que era feito pelo emprego de 4 substâncias perfumadas, de acordo com as proporções comandadas por Jeová, ou porque Deus declarou esta espécie de mistura e santa preparação, e proibiu em todo tempo, sob pena de morte, não somente o uso do unguento assim preparado para quaisquer unções comuns, mas também uma imitação dele.
M I R R A
As especiarias têm grande sentido na Bíblia. A mirra foi usada de diversas formas. Cantares usa essas especiarias, é como se o livro destilasse as mais variadas fragâncias, e é verdade. O tema leva à consideração desses famosos perfumes do Oriente e da terra de Israel. Vimos Jacó enviando em tempo de seca, dessas especiarias ao Faraó do Egito. “Todos os teus vestidos cheiram a mirra e a aloés, a cassia”. Salmo 45:5, Mateus 2:11 fala da mirra com a qual os magos presentearam a Jesus. A vida de Jesus está muito entrelaçada com a mirra.
O nome mor com leves variações, é encontrado em várias linguas: murru (acadiano), marra (árabe); myrra (grego). Provavelmente trata-se de gosto amargo da resina. Paradoxalmente este arbusto deleitável foi encontrado no mercado em forma cristalina, o mor dror, um dos ingredientes do incenso do Templo (Êxodo 30:23). dror significa - como pérola. Os cristais eram vendidos em saquinhos, dai a expressão “um saquitel de mirra” (Cantares 1:13). Dissolvidos em óleo, os cristais se tornam mais margos mirra líquida ou fluída - Cantares 5:5). A mirra foi como que a preferida de Salomão, pois que a cita 7 (sete) vezes (o padrão divino).
A mirra é uma resina derivada da planta. A mirra verdadeira era valiosa e estimada pelos antigos tanto como perfume como incenso nos templos. Era também usada como unguento e bálsamo. Natural das costas orientais da África, Abssinia, Arábia e Somália. Antigamente a substância obtida de sua resina era comercializada. Hoje cresce em áreas rochosas, nos montes calcáreos do Oriente Médio e em muitas partes do norte da África. Em Cantares 5:13, a mirra é proeminente: a mirra foi luvada por Davi e Salomão e também é descrita em Mateus 2:11, Marcos, João e em Salmos 45:8.
A Bíblia descreve a mirra como a mais popular e preciosa resina. Os egípcios antigamente usavam a mirra como incenso nos templos e como embalsamento para seus mortos. Apocalipse 18:13 fala do comércio dos grandes impérios do Oriente. A mirra está ligada a Jesus do seu nascimento à sua morte. Mateus 2:11 e ainda na crucificação Jesus provou dela. Marcos 15:23
Já Nicodemos trouxe um mistura de mirra e aloés com lençóis para enrolar o corpo de Jesus (João 19:39-40, Êxodo 30:23, Ester 2:12, Salmos 45:8, Provérbios 7:17, Cantares 1:3, 3:6, 5:5-14, Mateus 2:11, Marcos 15:23, João 19:39 e Apocalipse 18:13).
São arbustos baixos, do tipo moita, galhos grossos e duros. As folhas crescem em cachos e no caule encontram-se espinhos afiados.
A resina é abundante e é obtida pela incisão artificial. A madeira e a casca são fortemente odoríferas. Logo que é exçudada a resina é macia, clara, dura, branca ou amarela-escuro. Por um pouco é oleosa, solidificando-se rapidamente quando pinga sobre as pedras em baixo dos galhos. É amarga e levemente pungente ao paladar. Já se usou em medicina como tônico adstringente externamente como um agente de limpeza. Nos paises orientais é muito apreciada como substância aromática, medicinal e como perfume.
As mulheres que foram ao sepulcro de Jesus também levaram, entre as especiarias, a mirra. Era embalada em vasos. Os israelitas também usavam-na muito como perfume e Davi a canta pela sua fragrância e Salomão deliciou-se nela. Foi um dos ingredientes do santo óleo, como aloés, cássia e canela.
Cantares se refere a um canho de mirra em vez de um pedaço como se poderia esperar de uma tal resina.
Como dissemos, Jesus provou dela no Gólgota, talvez uma bebida existente entre os soldados, mas seja qual fosse, era de um gosto amargo. Jesus quando ferido na cruz, quando no Getsêmane suou sangue, foi como se pedaços de mirra se lhe tivessem atingido. A igreja de Jesus se orna com mirra e todos os unguentos aromáticos. Então esta especiaria se associa a ele do nascer ao morrer. Sua vida foi pontilhada de pedaços amargos, de mirra.
O Gólgota foi para Jesus o jardim da mirra. A semelhança da extração da mirra através da incisão, Jesus também foi ferido ali. O sangue de Jesus ensopou aquele lugar - era a mirra que pingava em gotas brilhantes como água e sangue - a água da vida e o sangue da salvação. Foi a hora mais amarga de Jesus mas também de onde se desprendeu o precioso perfume de Cristo. Era a hora da amargura, a hora do perfume, a hora do incenso no Templo, a hora da oferta da tarde da minhah - presente de Deus para o homem, a hora em que Ele garantiu nossa entrada no Santuário e no Santo dos Santos. Foi a hora do rasgar-se do véu por inteiro, como Jesus por inteiro se deu ao mundo. A hora mais sublime para o Pai, porque o Filho cumpriu tudo o que dele exigiu.
A L O É
Esta especiaria era conhecida dos antigos e foi usada pelos egípcios em sua perfeita arte de embalsamar. O cheiro do aloé não é muito agradável e o gosto é muito amargo. O aloé que Nicodemos usou para ungir Jesus era o mesmo do Velho Testamento. Em hebraico trata-se do ahalim. É uma planta suculenta com folhas duras, ásperas e termina com um único e denso espigão e floresce todo o ano. A droga é manufaturada principalmente da polpa das folhas suculentas, embora sejam uma planta purgativa. Planta da África oriental e do Mar Vermelho, e o seu nome foi tirado do árabe alloeh. Tanto o aloé como a mirra eram produtos muito caros na Palestina, pois eram importados. Diz-se que Nicodemos comprou 100 talentos desta substância o que pode significar que Nicodemos fosse um homem abastado. Provérbios 7:17, Salmo 45:8 e João 19:39
Em relação ao grupo de especiarias mirra, aloé, cássia, canela, que exalam perfume, e outras especiarias perfumadas, o aloé é um tipo de planta resinosa, da qual o incenso é feito. O aloé do Velho Testamento difere do Novo Testamento. O suco do verdadeiro aloé era conhecido dos egípcios - usados nos embalsamentos, é a mesma substância de que trata o aloé trazido por Nicodemos para ungir o corpo de Jesus.
É interessante notar na descrição das folhas de algumas árvores, que elas são duras, ásperas e terminam com espigões. Vemos nessas descrições detalhes da vida de Jesus, árdua, com aguilhões e a aspereza que encontrava em suas jornadas, especialmente pelos desertos que eram de dificil acesso.
C Á L A M O
Usado antigamente para perfume, cosméticos, tempero e remédio. Importado pelo Oriente Médio, da Índia ou de suas vizinhanças. O perfume era tão perene que ao abrirem os túmulos dos faraós das 20ª e 21ª dinastias, 3.000 após o sepultamento, ainda se percebia um odor agradável.
Jeremias 6:20 fala do Kaneh termo usado no hebraico e que designa o cálamo doce da Índia. “Para que pois me servirá o incenso de Sabá e a melhor cana aromática...” (trata-se do cálamo). Escreveu-se dele que cresce nos pantanos aterrados ao lado de um grande e agradável lago não muito longe do Líbano, cuja descrição aponta para o lago de Hula ou no Mar da Galiléia. As últimas espécies crescem no Negueve. Os termos hebraicos knei, bosem, kaneh são tidos para indicar ervas aromáticas perenes. Não se sabe qual delas os autores da Bíblia teriam em mente.
O cálamo era também um dos compostos do óleo da santa unção. Como tudo no Tabernáculo aponta para Jesus - aqui está sua ligação com Cristo, o Ungido de Deus.
C A N E L A
O valor da canela, procedente do Ceilão, era conhecido dos antigos como é hoje de nós. Há vários usos. A casca desprende um óleo volátil comercilamente procurado; exportada em cascas para serem usadas em doces aromáticaos, em pó de curry, incenso e perfume.
A Bíblia fala da canela é baixa, sua casca tem uma cor acinzentada porém brilhante, galhos espalhados e flores brancas. As folhas tem luminosidade, bem verdes, lancetadas, com veias, o topo da árvore é de um verde faiscante enquanto que esbranquiçada na parte inferior. Seus rebentos são carmesim e a casca salpicada de verde escuro e de manchas alaranjadas. A comercialização da canela é feita da casca interior que é descascada, retirada de árvores com 4 a 5 anos (nos vales baixos). A canela é então juntada, aproximadamente, ao mesmo processo da casca da cássia porém, de qualidade superior à desta. É assegurada hoje vinda da India, Ceilão, Malásia, China e Indias Orientais sendo que a melhor qualidade vem do sudoeste do Ceilão. O óleo da canela é extraído da fruta madura ou pela trituração da casca em água do mar e distilando-se depois. Considerada como substância de fragrância deliciosa e valiosa como perfume e especiaria. Um dos principais ingredientes do óleo da santa unção; Moisés foi ordenado a usar no Tabernáculo para unção dos vasos sagrados e dos sacerdotes. Era sem dúvida muito cara e preciosa. Jesus está sempre ligado ao que é muito caro e valioso. Em tempos bíblicos era importada para a Judéia pelos fenícios ou árabes.
As folhas da canela como as do louro eram usadas em guirlandas para decoração dos templos romanos.
Como ligá-la a Jesus? Por ser um elemento do óleo da santa unção cujos ingredientes eram moidos para entrarem na composição. Biblicamente encontramos referências em Êxodo 30:23, Provérbios 7:17-18 e em Cantares como parte das especiarias que compunham os seus jardins. Os jardins do noivo e da noiva, jardins de especiarias moídas, trituradas para desprenderem o bom odor daquele que não mediu sacrifícios para entregar sua igreja perfumada.
C Á S S I A
“... por isso o teu Deus te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros”. “Todos os teus vestidos cheiram a mirra, a aloés e a cássia desde os palácios de marfim de onde te alegram”. Salmo 45:7-8
Quando o salmista fala do óleo de alegria pode-se entender que o óleo extraído dessas especiarias é um tipo de óleo de alegria: o óleo da santa unção. Jesus foi ungido com óleo de especiarias e Jesus é nossa maior alegria. Somos assim ungidos com óleo de alegria todos os dias; óleo precioso, caro e aromático porque tem o bom cheiro do perfume de Cristo.
O óleo de cássia era precioso como perfume, usado para ungir a tenda da congregação, seus vasos e o Sumo-Sacerdote Arão e seus filhos (Êxodo 30:22-32). A cássia também era parte do incenso usado no Templo. O óleo era obtido pela distilação a vapor, das folhas e galhinhos da planta, pelos frutos ainda imaturos chamados “botões de cássia”. Em fármácia é usado como um agente aromático. Em hebraico o nome é ketziah e kiddah termos estes traduzidos por cássia. Não é fácil a identificação da cássia. Investigações recentes evidenciam a existência de rotas muito antigas entre o Oriente e o Ocidente da Ásia. A árvore vai até 10m de altura, folhas com nervuras e pequenas flores amarelas. Na China é cultivada pela sua casca, botões e óleo que são exportados para o mercado.
N A R D O
Do hebraico nerd. É uma planta baixa que cresce nos declives do Himalaia e é inteiramente coberto com cabelos que o ampara do frio intenso e dos ventos fortes; por causa da semelhança com a espiga é conhecido na Mishná como shibboleth nerd e no grego como nardostachys. Um perfume aromático é extraído dos estames peludos e das folhas.
Após a destruição do Templo as luxúrias foram proibidas.
Em tempo bíblicos o nardo foi trazido da India, com outras drogas como a cássia e a canela. Em nosso dias tornou-se obsoleto.
Nerd, naird ou nard é mencionado três vezes em Cantares e duas vezes no Novo Testamento para designar uma planta aromática e o óleo que deriva dele foi usado pelos antigos em perfumaria.
A identificação do nome hebraico com Nardostachys, é disputado, pois nardos também é a palavra no grego, nardus em latim e nardin em siríaco e persa. Além disso, a planta é nativa do Nepal e de outras partes das montanhas do Himalaia, donde foi introduzido na India.
O nardo é uma erva perene. Suas folhas, e um curto pedúnculo aéreo, muito cabeludo, e suas flores são formadas de cachos pequenos. Todas as suas partes contêm um óleo aromático especialmente extraído da raiz, cuja fragrância do óleo é misturado a outros óleos, para tornar o nardo um unguento, também usado em cosméticos e na medicina para tratamento dos nervos.
A raiz é de um perfume agradável. O perfume é extraído das raízes e dos estames peludos; antes que as folhas se abram são secadas e transformadas em perfume. Por ser importado de longas distâncias tornou-se muito caro. Os melhores unguentos eram comumente importados em caixas seladas de alabrasto e assim estocado, abertos apenas em ocasiões muito especiais. Quando o anfitrião recebia em sua casa era costume distinguir o hóspede com uma coroa de flores, e era então quebrado o selo da caixa de alabrasto e ungido o hóspede com o nardo.
Em Cantares 4:14, Ezequiel 27:19, Jeremias 6:20, Êxodo 30:23 o cálamo é também citado junto com o nardo.
“O nardo e o açafrão, o cálamo e a canela com toda sorte de árvores de incenso e mirra e aloés com todas as principais especiarias.” Cantares 4:14. “E estando ele em Betânia, assentado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher, que trazia um vaso de alabrastro, com unguento de nardo puro, de muito preço, e, quebrando o vaso lhe derramou sobre a cabeça.” João 12:3
Vemos assim como Jesus também se identificou com o nardo. “Enquanto o rei está assentado à sua mesa, dá o meu nardo o seu cheiro.” Cantares 1:12.
B Á L S A M O
Planta da Judéia louvada por Salomão em Cantares 5:1. Durante a guerra dos judeus com os romanos houve uma tentativa de destruição do monopólio dos pomares de bálsamo. Naquela época a planta foi introduzida no Egito. Pelos relatos de viajantes as plantações de bálsamo (bosem) sobreviveram à destruição da Judéia.
Escavações recentes na área de En Gedi revelaram que foram encontrados vasilhas, vasos e fornalhas de antigos estabelecimentos para a produção comercial do bálsamo.
O bálsamo é uma resina conhecida muito antes de ser relatada na Bíblia; o comércio era progressivo principalmente entre os árabes, que guardavam segredo quanto à origem da manufatura inventada; costumavam assustar as pessoas dizendo que as árvores eram guardadas por serpentes ardentes. As árvores de En Gedi e Jericó eram famosas pela qualidade e o bálsamo foi trazido pela rainha de Sabá, em sementes, e dado ao rei Salomão juntamente com outros presentes.
O uso do bálsamo era feito de 3 formas: Óleo santo, como um agente para cura de feridas e como antídoto para mordida de cobra e ainda um ingrediente para perfume, para o qual a resina pungente era espremida até transformar-se em óleo ou pasta. O arbusto do bálsamo chamado de bálsamo de Gileade, por engano, deve ter sido cultivado dos troncos nativos e produzidos pelos camponeses de Jericó e En Gedi em variedades superiores, do qual deriva a reputação do bálsamo de Israel. O bálsamo servia para curar, embalsamar e como incenso.
O bálsamo é um arbusto de uma pequena árvores que cresce nos desertos e em áreas semi-desérticas. Pequenos cachos de flores brancas produzem fruto que são pequenas drupas contendo uma semente amarela e de muita fragrância. Aproximadamente umas 100 espécies de basamodendero como se diz do bálsamo, são resinas notáveis. As resinas são fragâncias do bálsamo, transpiram espontaneamente ou são obtidas artificialmente pela incisão dos caules e galhos, gotas que se acumulam em blocos. Inicialmente a cor é de um verde claro brilhante que se torna marron quando pingam no solo de onde são coletadas. Cantares é o livro que mais exalta os aspectos mais delicados da natureza quando se refere a toda sorte de especiarias, de ávores, de flores, de fragâncias e de frutos. É completo. Isso dá ao livro um ar de poesia, que demonstra a delicadeza do espírito do seu autor. Em II Coríntios 2:14-17 Paulo fala do “bom cheiro de Cristo”. E esse bom cheiro vem dessas especiarias às quais Jesus foi comparado - “Desci aos canteiros de bálsamos para colher os lírios”, ou “o meu amado é para mim um ramalhete de mirra”, “os teus renovos são um pomar de romãs...”. “O cipreste, o nardo, o açafrão, o cálamo e a canela com toda sorte de árvores de incenso, a mirra, o aloés, com todas as pincipais especiarias.” “Levanta-te vento norte vem tu vento su, assopra no meu jardim para se derramarem os seus aromas...”. E assim vai pelo livro afora. Cantares 4:13-15
Vemos quão importante é conhecer o valor destas especiarias - caras em sua essência - e que são o “bom cheiro de Cristo”. Jesus não desceu aos canteiros do mundo mas preferiu permanecer no “jardim fechado... no mancial fechado na fonte selada”, porque a sua igreja também rescende a estes odores de especiarias, como ainda diz Paulo: “Porque para Deus somos o bom cheiro de Cristo...”. Está a igreja fiel identificada com Jesus, exalando o cheiro do nardo, do cálamo, da cássia, da canela. Jesus é a “fonte dos jardins, o poço de águas vivas, que correm do Líbano”. Cantares 4:12-15.
A V I V
“Guarda o mês de Aviv e celebra a páscoa ao Senhor teu Deus; porque no mês de Aviv o Senhor teu Deus te tirou do Egito, de noite”. Deuteronômio 16:1
Em habraico moderno a palavra Aviv significa a estação da primavera. O mês no qual o acontecimento se realizava era o mês de Nisan. O acréscimo periódico do mês bissexto assegura a correlação do mês lunar de Nisan com o “mês de aviv” solar.
Aviv na Bíblia significa o período especial do crescimento do grão, no início do processo de amadurecimento, após terem endurecidos os talos. Exemplo disto é o prejuízo causado pela praga da saiva com a qual o Senhor feriu o Egito: “E o linho e a cevada foram feridos, porque a cevada já estava na espiga e o linho na cana”. “Mas o trigo e o centeio não foram feridos, porque estavam cobertos.” (Em fase de amadurecimento).
O mês de Aviv é, portanto, o mês durante o qual o grão (primeiravmente a cevada, depois o trigo), alcançam o período de desenvolvimento chamado simplesmente aviv. Uma vez que o crescimento da planta é controlado pelo sol, o mês de aviv bíblico, cai na estação solar de cada ano. É claro, entretanto, que o o primeiro mês Nisan um dos meses lunares, não é idêntico ao “mês de aviv” que é determinado pelo sol. Apesar disto, a Bíblia ordena aos israelitas observarem, em específico, o feriado do êxodo do Egito que ocorreu “ao primeiro mês” no 14º dia do mês, à tarde, o que deverá cair sempre durante o “mês de aviv”.
O trigo é semeado dois meses após as primeiras chuvas de Israel. Se as chuvas de inverno caem regulamente e em suficiente quantidade o trigo continua a se desenvolver e florescerá em março. As plantas são então polinizadas e formam os núcleos do grão. Então em princípio de abril, por volta da páscoa no mês hebraico de Nisan, os núcleos do trigo em Israel começam a se encher com a fécula. Estes, porém, tem que enfrentar um perigoso período de 50 dias antes dele amadurecer completamente. O tempo da colheita começa somente no fim do período de 50 dias, por volta de Shavuot (Semanas) dando origem ao “Festival da Colheita” (festa das semanas).
Entre páscoa (Pesach) e shavuot (semanas), Israel está sujeito a um vento muito quente e seco que sopra do deserto da Arábia. Este vento provê uma estação ideal para abertura dos botões da oliveira em flor. Este vento quente é chamado de hamsin, originado de uma palavra árabe similar ao hebraico hamishim, que significa 50 - são os 50 dias entre Páscoa e Shavuot (semanas). Porém, se este vento seco e quente sopra muito cedo, imediatamente após a Páscoa, pode queimar os núcleos ainda imaturos do trigo. O trigo maduro se tornaria tórrido, os talos do trigo se tornariam amarronzados com os núcleos vazios e imprestáveis. Se, entretanto as primeiras semanas do período de 50 dias fossem
relativamente frias, os núcleos do trigo se encheriam com fécula e o trigo dourado continuaria a amadurecer sem o perigo de ser crestado. Se houvesse então uma chuva copiosa quando os núcleos do trigo já estão maduros, uma espécie de fungos pretos se desenvolvia, os chamados “ferrugem negra”. Estes fungos envenenam o grão e os tornam inapropriados para o uso.
O equilíbrio da estação necessária durante o período de 50 dias tanto para as oliveiras como para o trigo era importante. O Talmude explica que o o vento norte (que representa o frio, mesmo chuva) é benéfico para o trigo enquanto os seus núcleos não estão ainda cheios, mas nocivo às oliveiras, ainda em flor; o vento sul (seco e quente o hamsin) é prejudicial para o trigo enquanto alcança sua maturidade porque se tornará crestado), porém, benéfico para as oliveiras em flor.
Por isso a preocupação dos israelitas entenderem que estas contraditórias condições necessárias em Israel, estavam nas mãos de um único Deus que criou o mundo e o conserva dentro de um equilíbrio ecológico. A ligação por meio do mês bissexto do histórico acontecimento do êxodo do Egito com o mês agrícola de Aviv, tem sua raiz na crença monoteista de que o êxito das colheitas está na dependência do mesmo Deus que trouxe o povo do Egito, o mesmo Senhor que é o nosso Deus o Senhor que é Único. É um paralelo à leitura relativa às ofertas dos primeiros frutos, o que enfatiza a tenacidade de Deus que trouxe o povo do Egito, é o mesmo Deus que dá o crescimento aos frutos da Terra Prometida.
Daí a necessidade deles estarem sempre obedecendo aos mandamentos de Deus para que não castigasse suas colheitas. Era importante, e uma ordenança de Deus a observação às festas: “E a festa da sega dos primeiros frutos do teu trabalho, que houveres semeado no campo, e a festa da colheita à saída do ano, quando tiveres colhido do campo o teu trabalho.” - Êxodo 23:14-16. As festas eram Páscoa, Pentecostes (semanas) e Tabernáculo. Cada uma delas contém a história da nação do Israel tecida dentro da natureza e agricultura da terra de Israel.
Os pães asmos produto do trabalho de trigo, desde a sua semadura à sua colheita, estão intimamente ligados a Jesus, pois, que a flor de farinha fina, desde o seu processo de moedura até chegar ao ponto desejado, fala dos mais variados aspectos de Jesus em sua humanidade e o pão simboliza o corpo de Cristo. A importância dos pães asmos está ligada à produção do trigo, às dificuldades que existiam para uma boa colheita, cujos molhos deveriam ser apresentados no Templo em data específica, num único dia (Êxodo 46:14).
Encontramos em Cantares 7:2 uma associação ao trigo: “... o teu ventre como um monte de trigo” o que vem precisar um verdade combinada com a agricultura. Após a debulha, a separação os núcleos do trigo são empilhados nas eiras e guardados cuidadosamente até serem levados para casa. É assim que vamos encontrar Boaz dormindo no fim de um monte de cevada como seu gardião (Rute 3:7).
O contraste entre grão e espinho Jó bem o enfatiza: “por trigo me produzem cardos e por cevada joio” - Jó 31:40. O espinho é idêntico ao que prolifera como fogo nos sulcos dos trigais dos desertos e em terras onde crescem o lírio Madona. Ambas as plantas florescem no começo do verão, e o lírio com sua florescência branca e luminosa aparece entre as flores dos arbustos de espinho, acentuado nas plavras “como um lírio entres os espinhos” - Cantares 2:2.
Por fim é interessante acrescentar aqui alguns versículos que falam do cuidado do Senhor co relação às culturas de Israel: “E a terra responderá ao trigo e ao mosto e ao azeite e aos cordeiros e aos bezerros; e a sua alma será como um jardim regado, e nunca mais andarão tristes” - Jeremias 31:12. “E juntamente com eles prepararás um oferta de manjares todas as manhãs a sexta parte de um efa, e de azeite a 3ª parte de um him, para misturar com a flor de farinha; por oferta de manjares para o Senhor, em estatuto perpétuo e contínuo”. - Ezequiel 46:14.
Tenho sempre comigo uma visão dada a uma serva quando nos dirigíamos para Israel: ela via um leão muito bonito e enorme deitado sobre um campo de trigo crestado. Esse é o Leão da Tribo de Judá que se assenta nas terras agrícolas de Israel, nas terras vermelhas dos desertos, nos pastos secos, hoje reverdecidos como o jardim do Senhor, como que a velar por aquela terra tão rica e cheia de história, inclusive a fascinante história do desenvolvimento agrícola, dos fascinantes aspectos da ecologia de Israel tão ligados às mais diversas facetas de Jesus em sua caminhada, em sua jornada quer pelos confins da Galiléia, por Nazaré, Cafarnaum ou em Jerusalém e ainda pelos desertos de Israel. Esta história do desenvolvimento agrícola de Israel nos fala dos verdadeiros bens do Senhor: Corramos ao grão, ao mosto e ao óleo e ele nos encherá da sua força.
O S J A R D I N S D E C A N T A R E S
Lemos em Hebreus 9:23-24: “De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais como sacrifícios melhores do que estes porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos figura do verdadeiro...”
É comum, em nosso meio, visões sobre grandes campinas ladeadas de árvores, de canteiros de flores, de toda sorte de flores, especialmente as flores do campo, que tomadas coletivamente, são os nitzanim, que enchem de cor essas campinas.
Vejo sempre estas visões uma associação aos jardins de Deus, os jardins que devem haver na cidade do Rei onde hoje Ele habita. São visões da glória de Deus,
que habita entre os louvores de Israel, no meio dos jardins de especiarias, no meio de plantas aromáticas, no meio dos nitzanim, nos jardins das grandes árvores. Há um rio que corre nesse jardim celestial - o rio da vida que encheu os 4 braços dos rios do Éden. Este rio correu no jardim do Éden e hoje corre na praça, procedendo do trono do Cordeiro, onde está a árvore da vida com seus doze frutos produzidos de mês a mês e cujas folhas da árvore são para a saúde das nações (Apocalipse 22:1-2).
O livro de Cantares é como que uma descrição desses jardins aos quais o livro dá tanta ênfase, tão cheios de harmonia, de odores os mais perfeitos. das cores, intimamente ligadas a Jesus, extraída do murex molusco do mar Mediterrâneo, a argaman tão falada na Bíblia. O fluído que essa glândula expele é transparente e se torna verde-azulada, que vai formar o techélet (azul do manto sacerdoral, do céu de Israel quando o sol vai morrendo), e em contato com o ar e misturado ao agente oxidante se torna em púrpura. O palanquim de Salomão que ele fez para sim mesmo, as tranças da Sulamita (Cantares 7:5).
Interessante ´notar que no original hebraico fala desta púrpura como argaman melech (púrpura da realeza). Há um paralelismo entre Carmel e argaman (púrpura) que não significa uma alusão ao Carmelo mas à tintura da púrpura e a palavra carmil que fala de carmezim (II Crônicas 2:7). O texto de Crônicas fala de púrpura, carmezim e azul as três palavras aqui narradas: argaman (púrpura), carmil (carmezim) e techelet (azul) - trata-se de um azul profundo.
Daí então se entender que a radiante tintura das tranças da Sulamita eram carmezim ou de púrpura real, pois, que as expressões que se seguem no texto estão associadas ao tear, como se fossem tecidas. Suas tranças também são descritas como pretas “como as cabras de Gileade” - Cantares 4:1. Como de costume no Oriente as moças rinsavam os cabelos com hena, à qual se adicionava um brilho avermelhado. Os seus lábios “eram como um fio de escarlata” - que infestavam os carvalhos. Todas estas cores sabemos estão associadas a Jesus mostrando sua realeza, sua humilhação como um verme e o azul de sua roupa mostrando que ele veio do céu mostrando a qualidade do seu amor infinito.
Então Cantares fala dos jardins das especiarias, das flores e dos jardins das grandes árvores.
Os vinhedos que eram muito importantes no ramos agrícola e das áreas dos declives da terra. O jardim das romeiras, esplando os odores de suas flores vermelhas, nos primeiros dias do verão (6:11-7:12). As faces da noiva comparadas à metade da romã. Sua beleza comprada à de um pomar de romãs (4:13) e ainda o suco das romãs que era uma bebida deleitável aos noivos (8:2).
A maçã é mencionada 4 vezes (tappuah). A macieira não estava entre os mais conspícuos frutos da terra. Mas o odor da maçã foi comprado ao cheiro da respiração da noiva (7:8).
Era costume trazer-se uma maçã à noiva no dia do casamento. A macieira não somente dá frutos comestíveis como oferece sombra e o seu perfume e o seu perfume se axalava no ar.
A palmeira também está entre as árvores do jardim. Há uma especial alusão ao jardim das nogueiras, em Jerusalém, hoje a região que fica na aldeia árabe de Abu-Gosh. Neste jardim cresciam juntas a romeira, as vides e as palmeiras. Todas espargindo o perfume de seus frutos.
Ainda entre as árvores do Líbano, conforme diz a “madeira do Líbano”, da qual Salomão fez um palanquim. A madeira era famosa pela dureza e durabilidade e o “seus aspecto como o Líbano” e o paralelo “excelente como cedro”.
Vemos na Escritura quão importante era a madeira do Líbano, os cedros e juníparos, na construção de esplendorosos palácios e difícios (II Reis 19:23; II Crônicas 3:5). A noiva diz: “as traves da nossa casa são de cedro (arazim)e as nossas varandas de cipreste (berotim). (1:17) O cheiro das vestes eram de cedro e o cipreste decorava as paredes.
Ainda haviam as mandrágoras (dudaim) que davam cheiro. Um fruto perene com folhas enormes e flores purpúreas e da qual um fruto amarelo despertava o apetite (Gênesis 30:14-21). Fala ainda das mandrágoras maduras nos dias da colheita do trigo. O fruto era dito pelos antigos que tinha propriedades afrodisíacas.
Estes são os jardins de Cantares. Jardins perfumados, de frutos excelentes, frutos de qualidade, frutos de aroma agradável, frutos que vêm dos jardins de Deus.
Jesus desce aos canteiros de bálsamo. Jesus acostumado aos aromas do incenso, do nardo, da canela, dos lírios, da cássia, da mirra, de toda sorte de bons aromas, fossem acres ou doces, como é a sua igreja que caminha pelos jardins do Senhor.
Pelas visões antevemos o gozo da pátria celestial. Quando lá chegarmos identificaremos as plantas que Salomão escolheu e as quais ornamentaram e perfumaram o livro de Cantares, escrito pelo Espírito Santo diante do Senhor, o Soberano do Universo.
Acredito que este estudo, que me foi revelado, seja de utilidade aos que estudam a Palavra do Senhor, tão rica em detalhes e que às vezes são até deixados de lado, quando são tão importantes, anunciadores de imperceptíveis revelações, que se escondem entre os grandes e maravilhosos feitos do Senhor. Acredito que como tem sido comigo, também será aos que desejem se aprofundar nessas considerações para extrair o melhor da Palavra do Senhorhttp://genildofreitas.blogspot.com.br/2011/03/jesus-na-ecologia-de-israel.html
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