quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Floresta azul


Haverá um dia
Que não haverá medo
Haverá manhã
em que não haverá dor

Mesmo lá por dentro
Não haverá sombra
Não perceberá
Resquício sem cor

Tudo que é cinza
Tudo que lembrar
Menos que um carinho
Menos que um abraço

Toda cor sem cor
De nós será banida
E o coração tão triste
Se libertará!

Quem anda encurvado
Virará seus olhos
e com despreendimento
Olhará os céus!

O brilho das estrelas
virá junto ao canto
E o canto de alguém
Exalará amor

Chegará o dia
Que os sonhos todos
Haverá um dia
Que não haverá medo
Haverá manhã
em que não haverá dor

Mesmo lá por dentro
Não haverá sombra
Não perceberá
Resquício sem cor

Tudo que é cinza
Tudo que lembrar
Menos que um carinho
Menos que um abraço

Toda cor sem cor
De nós será banida
E o coração tão triste
Se libertará!

Quem anda encurvado
Virará seus olhos
e com despreendimento
Olhará os céus!

O brilho das estrelas
virá junto ao canto
E o canto de alguém
Exalará amor

Chegará o dia
Que os sonhos todos
Serão como sombra
Diante de tanta cor

E quem vê e pensa
que agora enxerga
reconhecerá
Que nunca enxergou

Todas nossas vozes
hoje dissonantes
serão como acordes
em seu resplendor

E então veremos
que valeu a pena
E que a dor passada
era falta da cor

que já vem descendo
sobre nossas telas
que já vem enchendo
Essa aquarela
Esse rincão de vida
Este coração.

E quando houver isso
tanta cor e vida
Seremos qual meninos
na primeira vez
Que virmos um desenho
Numa tela imensa
Num azul sublime
De uma floresta
Pintada a mão

Ainda vejo Mogli
Ainda sinto a história
Quando era menino
Ainda vejo a tela
No cinema enorme
E ainda me lembro
De ficar parado
Olhando a imensa tela
Mergulhar no azul
Ou era violeta
seja lá que cor

Assim seremos todos
Quando as cores todas
forem derramadas

em nossos corações

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