segunda-feira, 3 de março de 2008

Deixe estar



Lançarei
Os meus sonhos
Arremesso esta vida em Deus
Qual a pedra
Lançada num enorme lago
Confiarei
Que além das campinas geladas
Há maior pasto verde
Qual eu nunca vi
Se o bem é uma escolha
As vezes ingrata
Vale mais a vingança
Do que mesmo a vida
Se não houver mais sentido
Em ser assim digno
Se não houver
Na balança
Um pender pra glória
Se o poder for lugar
para o maldizente
Se opor-se a vida
For a condição
Deixa então
Que eu seja
A folha rebelde
Que recusa
O vento
e sua perdição
Deixa que
Eu rejeite a verdade
Que é tão aparente
E a certeza de quem
Nunca conseguiu crer
Não há vida
Na aposta num reino de sombras
Não há paz em viver
Somente o que é possível
Deixem que escrevam
Como epitáfio
Que morreu
Por que cria
Em poder viver
Sobre os ditos
E palavras de antigos profetas
Em visões que sonharam
Esses homens loucos
Sobre extases tidos
De gente tremendo
Sob a voz
De quem um dia
Por mim suou sangue
Deixe estar!
Basta a mim!
mais que toda
a falácia da filosofia
Mais do que
Tudo que a minha mente medita
das canções
De homens cheios do Espírito
De mulheres dançando
Com seus tambores
Deixa estar
Deixe que também siga
o caminho
Entre aqueles
que a ele abraçaram
Venham ver!
Venham ver!
Eis que sou solidário
Com o ter
tal certeza
Deste mágico
Amanhecer

Eu serei
Mais que aquilo
Que foram os homens
Que disseram
Não haver nada mais
Nada mais em que crer
Deixe estar,
Deixe estar,
O amanhã chega cedo
E quem crer
Acordará primeiro
E quem disse
Quem viveu
Como fosse achado
Como se sempre soubesse


Welington José Ferreira

Se perdeu
para sempre


E jamais
de seu sono
novamente
acordou

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