quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Um amigo

Como as águias que habitam as refinarias

Que são suas verdadeiras donas, sob cujo olhar atento trabalham

Seus súditos, inumeráveis criaturas humanas

São como a chuva que cai entre as nuvens

Como os raios que relampejam

Nas profundas águas do mar

Como peixes voadores

Sobre cujas asas elefantes dormitam

Em paz

São como mares em chamas

Por onde golfinhos de gelo

Mergulham sem derreter

São como as luzes que fazem

mesmo abismos tremerem

Ou o tempo inteiro voltar

Ao instante anterior

São como as vozes das folhas

De Tamargueiras milenares

Ou como a força espantosa

De gotas que são tão grandes

Quando dois arranha-céus

 

De tudo isso se entende

Que tal como imaginado

Noutra hora qualquer

 

Amigos são como um manto

Desses que envolvem os sonhos

Que nos lembramos as vezes

 

no instante de acordar


Welington José Ferreira

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