sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Pequim



MELANCOLIA (LAMENTO)

A nova é adorável como a flor.
Mas a antiga é preciosa como o jade.
Ondulante, a flor não se sabe conter.
Puro, o jade não muda.
A que hoje é antiga foi nova, outrora.
A nova será antiga, um dia.
Vede a casa de ouro da Rainha Ch’en:
nascem teias de aranha em suas cortinas silenciosas.

(Poema de Li T’ai Po)


Tradução: Cecília Meireles.
degraus da escada de jade

agora brancos de orvalho

orvalho da noite alta

invade as meias de gaze —

a dama que fez baixar

as persianas de cristal

contempla a transparência

a clara lua de outono


(Poema de Li T’ai Po)


Tradução: Haroldo de Campos


ODE 274


Mão de Rei Wu

não cai, só sua.

Não faz qual sol

luz só de dia.


Shang Ti (no céu)

Fez- reis Ch’eng e K’ang;

mol dou os réis;

ta lhou- lhes luz.


Gongo, flau ta soam,

tam- tam no tom,

som do bom grão

se ou ve en tão.


Quem faz, faz bem,

Quem não tem fim.

Um dom do chão

vem com o grão.


(Do Livro das Odes de Confúcio, 600 a. C.)


Tradução: Augusto de Campos

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