Certa feita eu me candidatei para representante de turma, no Centro de Educação Tecnológica. Ouvira dizer que o representante receberia a sublime condição de comer o "padrão". Por "padrâo" denominávamos o lanche que era feito de pâo com ovo e refresco, que nos fortalecia a alma para as aulas do periodo da tarde, bem melhor assimiladas do que em jejum, já que na maioria os alunos nâo tinham dinheiro para almoçar. Naquela dita votação, vislumbrando os ganhos materiais que adviriam do certame, lá estava meu nome. Compugido pela infâmia de um ideal nâo tão nobre, dolorido de só pensar no pâo, desdenhei de votar em mim mesmo. O companheiro de urna ganhou, e eu só tive um único voto. Do Horácio, fiel eleitor. Inconformado de que eu nâo tivesse pelo menos dois votos. Significava que nem eu tinha votado em mim mesmo, na maior demonstração humana de falta de fé política em si mesmo.
Foi aí que percebi, que talvez, sim, talvez,
que a política não fosse exatamente minha futura vocação.
Pelo menos a parte que dizia respeito a escolha popular...
Foi aí que percebi, que talvez, sim, talvez,
que a política não fosse exatamente minha futura vocação.
Pelo menos a parte que dizia respeito a escolha popular...
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