O garoto franzino com ascendência indígena corre como o vento noroeste pelo pequeno apartamento, carregando em suas pequenas mãos escondido entre seus dedos trêmulos seu pequeno tesouro surrupiado. Sua respiração ofegante e seus olhos atentos de pupilas castanho-esverdeadas denunciam sua inquietação. O pequeno apartamento onde mora não lhe oferece o refugio adequado às suas destrutivas intenções. Vasculha a sala, vê as moças escolhendo fotos nos magazines de moda de sua mãe costureira, que pinta traços vermelhos no papel pardo para definir os moldes das roupas tecidas sobre a mesa.
Ele sabe que ali não seria o lugar de seu ato mágico. Entra num dos quartos e surpreende outra freguesa que faz a prova de um vestido verde-limão, sorrindo para sua imagem elegante e esguia refletida no espelho de cristal que pertencera a sua tia-avó.
Sabe que ali também não seria o lugar de seu ato mágico. Finalmente, como a personagem Lúcia das crônicas de C.S.Lewis, vislumbra o humilde armário de duas portas no segundo quarto, encostado na parede pêssego, enfeitada com decalques feitos por rolo de pintor. Entra suas portas, fechando-a em seguida, deixando-se envolver por densa escuridão, entre cabides, vestidos, meias, calças de brim. Suando em bicas, por causa do intenso calor daquela tarde de verão perdida no tempo.
Na sombra do velho armário ele se entrega a irrealizável tarefa de desmontar o inconfundível objeto. O relógio despertador que pegara sobre a cômoda ao lado da cama de seus pais. Instrumento de medir o tempo anterior aos relógios digitais, absoluto em mecanismos da antiga arte da relojoaria mecânica, pleno de pequeninas e exatas peças.
Com movimentos impossíveis, desprovido de ferramentas, auxiliado por fortes dentes, desmonta pacientemente as engrenagens que definem o tempo, enquanto sua mãe vasculha os cômodos à sua procura. O sol se põe sobre a terra quando certa hora este coloca para fora do armário sua cabeça suada com cabelos desgrenhados, olhar de cientista louco. O pedaço de gente sai com dezenas de peças em suas habilidosas mãos.
Então, com sorriso de um guerreiro vitorioso, senta-se no chão de tacos de madeira, afastando as peças: os ponteiros; o espelho; o vidro; a mola em espiral; os parafusos; separando assim a preciosa engrenagem central com o polegar e o indicador.
Ele então a posiciona no assoalho, com seu eixo tocando o piso e a borda dentada como uma asa estendida paralela ao chão de madeira.
Num vigoroso movimento a gira... Qual um pião perfeito que desconhece a resistência do ar. A exata engrenagem gira incansável, desprezando o tempo que um dia ajudou a medir. Até que sua mãe, horrorizada com a morte do bravo relógio, observa atônita a tragédia espalhada no piso do quarto, essa mesma do despertador perdido, que seu filho com as mãos desnudas, num ato de ciência que mais parecia magia, desmontou...
The skinny kid with indigenous descent runs like the wind northwest to the small apartment, pressing his small hands hidden in his trembling fingers pinched her little treasure. His breathing and his eyes alert to greenish-brown eyes betray his uneasiness. The small apartment where he lives does not offer the appropriate refuge to their destructive intentions. Search inside the room, sees the girls picking photos for fashion magazines in her mother's seamstress, who paints red streaks in brown paper to define the terms of weaved cloth on the table.
He knows that there would not be the place of his magic act. Enter one of the rooms and other surprises customer who makes a test of a lime green dress, smiling at her slim and slender reflected in the mirror glass that belonged to her great-aunt.
Know that there would not be the place of his magic act. Finally, as the character Lucy chronicles of CS Lewis, sees the humble two-door cabinet in the second quarter against the wall peach, festooned with decals made by roll of painter. Enter your doors, closing it and then soak up the thick darkness, between hangers, dresses, socks, jeans. Sweating profusely, because of the intense heat of that summer afternoon lost in time.
In the shadow of the old cabinet he delivers the impossible task of dismantling the unmistakable object. The alarm clock that picks up on the dresser beside the bed of their parents. Instrument to measure the time before the digital clocks, absolute mechanisms of the ancient art of mechanical watch, full of tiny, precise parts.
With movement impossible, lacking tools, helped by strong teeth, patiently dismantles the gears that define the time, while his mother searches the rooms looking for her. The sun sets over the land when some hours this put out of the closet with your head sweaty disheveled hair, look of mad scientist. The portion of people out with dozens of pieces in their skillful hands.
Then, with smile of a victorious warrior, sits on the floor of parquet flooring, moving parts: the hands, the mirror, the glass, the coil spring, bolts, separating the precious central gear with the thumb and indicator.
He then places it on the floor, with its axis touching the floor and the edge bite as an extended wing parallel to the wooden floor.
In a vigorous movement to turn ... What a perfect pawn that ignores air resistance. The exact gear turns restless, despising the time a day helped to measure. Until his mother, horrified at the death of the brave clock, there stunned the tragedy spread on the floor of the room, the same clock lost her son with bare hands in an act of science that was more like magic, dismantled ...
Just to make a top
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