sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Proposta para código televisivo para uma nova televisão brasileira


Proposta para código televisivo para uma nova televisão brasileira

Preâmbulo




Compreendendo que o perfil psicológico de uma comunidade é também formado pelas informações e padrões de pensamento disseminados pelas fontes de comunicação;





Consciente que a força da soma das imagens,  dos sons e da musica, aliadas às técnicas de animação, de renderização,  de fotografia, luz e cor , é um dos mais poderosos elementos formadores do padrão psíquico das massas;






Tendo em vista que a monopolização da mensagem e das ideologias, assim como do arcabouço de idéias e ideais, conjecturas e reflexões, diálogos e filosofias, perspectivas e construções da intelectualidade, conceitos e desenvolvimentos de paradigmas, cultura, socialização, interação, educação, ética, princípios de cidadania, desenvolvimento da criatividade e inteligência emotiva, formação política e artística, pode (essa tal monopolização) traduzir-se em degradação de padrões comportamentais ou no fortalecimento da capacidade psíquica de uma nação;




Entendendo que a pobreza das reflexões, a vulgarização da morte, sexualidade, violência, amoralidade, anarquismo, rebeldia, desrespeito as leis, descrédito das instituições políticas, agravo das relações entre classes, debates inúteis, divulgação e continuidade da futilidade, da irreligiosidade ou da religiosidade morta, contextualizadas na mídia de modo continuo, constante, categorizado, e irresponsavelmente, é fator essencial no processo cultural; 





Reiterando que uma nação só cresce se a sua capacidade emotiva, volitiva, espiritual, cultural, criativa de um povo for exercitada de modo renovado, compactuado, amadurecido, impregnado de humanidade, consciência social, percepção e discernimento histórico e  compreensão política;







Observando que a renovação cultural pode gerar a mudança da  consciência coletiva;






Declarando que a dominação de uma nação exercitada nos domínios da imaginação se não impossível é quase ineficaz;






Discernindo que a força de conceitos é a força motriz das transformações necessárias para a construção da celebração da vida;





Refletindo que o potencial para a qualificação e a qualidade televisiva necessária para transformação é manifesto a cada dia em milhares de produções mundiais, nos extraordinários comerciais brasileiros, nas representações culturais de uma nova geração de artistas, compositores, cantores, dançarinos, jornalistas, músicos, oradores, desenhistas, cineastas, profissionais de comunicação, radialistas, está presente apesar de não manifestos em nossa rede brasileira de televisão por questões diversas que não fomentam tal crescimento;





Descrevendo que os talentos e expressões de vida diversificadas, são fonte inesgotável de recursos lúdicos, teatrais, para mudança e transformação cultural, para reflexão e crescimento;





Reafirmando que a vida pede passagem e não pode e nem deve ser 
interrompida, seja  por motivos comerciais, ideológicos, políticos, ou econômicos;




Reconhecendo que a não realização de tal intento enterrará uma geração de ideais e de valores não manifestos que poderiam ter feito a diferença, diferença para a construção de uma nova geração de pensadores, idealizadores, didatas e realizadores;




E tantas outras coisas não ditas, mas por certo sabidas, proclamamos:


Principio primeiro:

A criatividade para as manifestações televisivas como um padrão a ser respeitado, dos comerciais às telenovelas, dos shows aos documentários.

Principio Segundo:

O resgate cultural dos filmes, desenhos e produções de qualidade, das centenas de milhares de produções artísticas que são desejáveis e com conteúdo para fortalecimento de quaisquer dos aspectos abordados no preâmbulo.

Principio Terceiro

O principio do bom gosto, da participação, do lúdico a serviço do sorriso e da amizade, do incentivo ao respeito e ao engrandecimento, das produções em que a criatividade prevaleça sobre a ironia, e haja comportamento ético para toda manifestação artística nos horários apropriados

Principio Quarto

Que a boa musica, que a multiforme variação cultural nacional e internacional sejam revitalizadas, incentivadas, ocupando espaços e preenchendo períodos como comerciais para divulgação do trabalho artístico independente

Principio Quinto

Que haja uma mídia adolescente, que hajam espaços infantis, que seja protegida a infância e a adolescência com o lúdico, a animação, a história, o conto, a fantasia e a temática adequada com relevantes doses de incentivo a vida, a dança, ao canto, a amizade, aos valores de cidadania, de respeito, de coragem, do esporte, da família, do estudo e das artes.

Principio Sexto

Que seja incentivado por toda agencia de propaganda, por toda companhia de produção artística a divulgação de um conteúdo abrangente, inteligente, saudável, lúdico, teatral, musical, dramático, cultural. Que haja uma preocupação com as mensagens, com os conteúdos, com os princípios que fundamentam o corpo de suas produções.

Principio Sétimo

Que seja tido como abjeta a exploração da pobreza, da postura antiética jornalística, da inverdade, da pregação da violência, da apologia á prostituição e as drogas, ao ensino de qualquer ideologia que contrarie a declaração universal dos direitos humanos.

Principio Oitavo

Que os produtores amem suas obras do mesmo modo que amem o ser humano. Que tenham autocrítica suficiente para tornar a arte escrava da alegria.

Principio Nono

Que a escolha da programação das televisões brasileiras se paute na multidiversidade, no impacto de mensagens que fomentem o crescimento psíquico e sócio cultural, sabendo-se co-participantes do processo de formação cultural de uma geração

Principio Décimo

Que os produtores de entretenimento aprendam a arte de ensinar e os recursos didáticos da imagem e do som, sem barreiras regionalistas ou internacionais, captando da produção global aquilo que de melhor os povos produziram que possa compor uma transformação cultural que conceda às novas gerações a capacidade de união, da celebração, da brincadeira, da festa, do riso, da dignificação da amizade como meta para uma nova cidadania.





Welington José Ferreira 02/10/2009

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