quinta-feira, 22 de julho de 2010

O LIVRO DO APOCALIPSE

Estudo de Apocalipse
Estudo de Apocalipse

Introdução

E se pudéssemos conhecer o amanhã? O que muda nas nossas vidas em divisar o futuro da história, o futuro das coisas?
O propósito de uma revelação é a de iluminar nossos caminhos, envolvidos normalmente em trevas, uma ilustração sobre não saber sobre o que nos envolve, o desconhecido, que é a soma de tudo aquilo que ignoramos a respeito do universo, das regiões espirituais, dos propósitos por detrás das coisas. As Escrituras afirmam que nós nascemos e vivemos envoltos nessas trevas, mais que um símbolo para representar o maligno, representa aquilo que está oculto, aquilo que nós não sabemos. Mais de uma vez nas Escrituras é dito que Deus habita na escuridão, resplandece na escuridão, que a escuridão para ele é como a manhã. Porque não existem mistérios para Deus. Esse resplandecer significa que ele está revelando aquilo que está oculto e escondido. As trevas representam também o maligno, porque toda a esfera de atuação do mal ocorre de modo dissimulado, oculto. Não sabemos como o inferno faz aquilo que faz. O pai da mentira esconde seus propósitos, suas intenções, e os seus emissários se disfarçam, fugindo da luz do dia, que na verdade é a revelação divina. A verdade age como uma lanterna, iluminando as atividades do reino camuflado nas trevas.
Temos muitas perguntas a fazer sobre a viagem da existência humana. Sobre nós mesmos. O livro de apocalipse é em primeiro lugar, uma revelação. Apocalipse é a tradução da palavra revelação na língua grega. Significa “tirar o véu, descobrir, desvendar” O Livro de Apocalipse poderia ser chamado:
O livro da descoberta.
O livro do desvendamento.
O livro da revelação.
Ou Revelando mistérios.
Visão geral sobre o plano de Deus.
Sobre a eternidade, um panorama.
Segredos guardados no coração de Deus, contados para aqueles que o amam, com a finalidade de alertá-los sobre o universo espiritual que os envolve e sobre o desdobrar das coisas realizadas naquela tarde no calvário, até o final.

No centro da realidade do universo se levantou uma árvore morta com o salvador pregado nela. O cosmos mudou fruto do calvário. Mas quem estava morto, morto não continuou. O cosmos foi impactado pela ressurreição.
O universo que nos envolve se divide em três épocas: aquilo que já passou, aquilo que acontece agora e aquilo que um dia haverá de acontecer. A revelação dada por Jesus desvendará parte daquilo que estava oculto no passado, parte do que está oculto no presente e parte do que está por vir. Um manual da história da eternidade. Jesus irá abordar dois focos principais “as coisas que são” o presente e a realidade espiritual por detrás desse presente, o seu impacto na humanidade “as coisas que hão de vir” o futuro e a realidade espiritual futura, e seu impacto numa humanidade que ainda haveria de nascer.
O livro do desvendamento narra fatos sobre realidades que sequer sonhamos que pudessem existir. Conduz-nos a uma viagem até as coisas mais antigas, mais solenes, mais extraordinárias existentes na criação. Duas grandes características de Apocalipse: Ele é uma grande visão, fruto de imagens vistas pelo apóstolo João; e junto dessas imagens um texto, declarações proféticas. Imagem e ação (havia uma jogo com este nome), imagem e profecia.
Entender e discernir aquilo que outra pessoa viu é um exercício de imaginação. Parte do processo didático do Espírito de Deus é revelar mistérios através de imagens, essas que João teve o privilégio de ver. O que nós lemos é aquilo que ele conseguiu descrever. Os detalhes mais importantes, os que mais impressionaram o coração de João, são também as mais carregadas de significados. Para compreender parte do que via, João teve apoio de universitários (havia um jogo na televisão no programa Silvio Santos em que as pessoas sabatinadas podiam recorrer a ajuda de um grupo de universitários). Um anjo acompanhará João nessa viagem extraordinária esclarecendo parte das visões, inclusive deixando BEM CLARO sobre o que poderia ou não ser escrito sobre o que via. Há uma velha brincadeira que os professores, fazem com os alunos de Apocalipse que é perguntar: O que foi que os sete trovões, ou as sete vozes semelhantes a trovões disseram a João...;
Apocalipse é também uma escola DESPREZADA. Ele mostra a grandeza da operação dos dons espirituais, daquilo que o Espírito Santo pode traduzir sobre coisas que a igreja hoje desconhece. João é um profeta do Novo Testamento. Significa que estava debaixo da mesma esfera de atuação que NÓS ESTAMOS. Essa declaração do que nós SOMOS é uma das primeiras coisas ditas no livro. Não só uma única vez. Aquilo que aconteceu em Patmos pode ocorrer em qualquer igreja local. Se não temos revelações tão grandiosas, tão espetaculares, tão profundas, não é por questões de “fechamento do Canon” ou coisas relativa, é fruto da superficialidade da nossa fé, é fruto de nossa incapacidade em crer, em permitir uma operação mais ampla, mais perene, mais profunda dos aspectos proféticos inerentes ao corpo de Cristo.
O desejo do Espírito era encher o coração de sua Igreja de esperança e fé, de certeza sobre o cumprimento de promessas, diante de um tempo de grande tribulação que ainda estava para vir.
João era possivelmente o último apóstolo vivo de sua geração, estava ocultado em Patmos por alguma perseguição, ou preso pelo regime romano, tendo visto de perto o horror da morte de milhares de crentes. Diante de uma época de tanta incerteza Jesus irá cumprir uma antiga profecia particular dada a João. Ainda era um jovem, cercado pelos companheiros na escola apostólica um pouco após a ressurreição de Jesus, quando Jesus vira para Pedro e o chama em particular

14  E já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dentre os mortos.
15  E, depois de terem jantado, disse Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de Jonas, amas-me mais do que estes? E ele respondeu: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta os meus cordeiros.
16  Tornou a dizer-lhe segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Disse-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
17  Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.
18  Na verdade, na verdade te digo que, quando eras mais moço, te cingias a ti mesmo, e andavas por onde querias; mas, quando já fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá, e te levará para onde tu não queiras.
19  E disse isto, significando com que morte havia ele de glorificar a Deus. E, dito isto, disse-lhe: Segue-me.
20  E Pedro, voltando-se, viu que o seguia aquele discípulo a quem Jesus amava, e que na ceia se recostara também sobre o seu peito, e que dissera: Senhor, quem é que te há de trair?
21  Vendo Pedro a este, disse a Jesus: Senhor, e deste que será?
22  Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu. 23  Divulgou-se, pois, entre os irmãos este dito, que aquele discípulo não havia de morrer. Jesus, porém, não lhe disse que não morreria, mas: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti?

João estava vivo ainda, porém Pedro havia morrido. Paulo, Apolo, Lucas. Tiago, Judas, Filipe, Mateus. Maria, mãe de Jesus, todos haviam partido. Então acontece. João orava quando Jesus se manifesta de um modo muito espetacular. Nós dizemos que é uma visão. Mas veja que a visão realmente só irá ter início após ele terminar de ouvir o que Jesus tem a declarar-lhe.
Sempre pensamos sobre a possibilidade de Jesus vir ao mundo novamente na sua segunda vinda. Somente na segunda vinda. Porém, essa visita espetacular é para mim uma teofania. Teofania é um nome de origem teológica para designar a manifestação divina de modo físico, dentro da esfera no nosso universo físico. Diz-se da aparição do Deus a Abraaão, quando este vai até sua tenda com dois anjos e conversa inclusive com Sara, diz-se da aparição de Cristo a Josué antes da batalha contra Jericó, diz-se do momento em que o profeta Elias sai da caverna onde recebia uma revelação e vai ao encontro do Senhor que o aguarda do lado de fora no monte Horebe, diz-se do momento em que Deus passa na frente de Moisés, que é impedido de olhar diretamente na sua face, para não perecer pela grandeza de poder de sua presença. Moisés é protegido pelo poder de Deus para ter condições de se aproximar dele com um corpo mortal, coisa fabulosa já que é dito que Deus habita na luz inacessível mesmo para os Querubins. Jesus não é mais limitado ao espaço ou ao tempo após determinado instante em que ele ascendeu aos céus e RETOMOU sua glória.
Dez dias após a ressurreição de Jesus, algo de grande monta aconteceu nas dimensões celestiais. Na terra a igreja foi cheia do Espírito de Santo, recebendo Poder e Autoridade para testemunhar de sua fé, comunicando esse Espírito Santo aqueles que se aproximavam e criam no evangelho. Esse cumprimento de uma profecia antiga do livro de Joel apontava para alguma coisa estupenda, ocorrida na eternidade. Agora João via a Jesus Glorificado. E já fazia tempo, a ultima vez que João ficara assim tão perto de Jesus fora há 65 anos antes deste instante. Assim eu entendo, que semelhante ao velho sacerdote Ananias, que fora dito pelo Espírito Santo que não morreria até ver ao Cristo (Ananias toma ao bebe em suas mãos para apresentá-lo a Deus), agora Jesus cumpria o que disse a João, aparecendo-lhe fisicamente.

A esperança que Deus quer injetar no coração de João e a partir dele em todas as gerações futuras daqueles que cressem no evangelho é a razão dessa tremenda revelação.

Uma visão maravilhosíssima sobre fatos que ainda estavam por vir e uma resposta ao sofrimento humano, que desvendará o monstro, o leviatã mostrado a Jó no livro do testemunho de seus sofrimentos.
No livro de Jó vemos um homem santo, perdendo filhas e filhos, seus bens, sua saúde e honra, e quase sua sanidade. Deus RESPONDE pessoalmente os questionamentos de Jó e em meio à revelação de parte dos mistérios que envolvem a vida; Deus ordena-lhe olhar para um monstro que não existe. Ordena que ele contemple um Leviatã, e se admire de sua majestade. Deus lhe mostrou um ser que não conhecemos. O que também nos leva a perguntar... ora bolas...onde estava Jó... quando Deus lhe respondia...
O Leviatã é descrito como um dragão, exatamente esse que você vê nos filmes de fantasia:

Jó 40.11

Quem primeiro me deu, para que eu haja de retribuir-lhe? Pois o que está debaixo de todos os céus é meu.
12 Não me calarei a respeito dos seus membros, nem da sua grande força, nem a graça da sua compostura.
13 Quem descobrirá a face da sua roupa? Quem entrará na sua couraça dobrada?
14 Quem abrirá as portas do seu rosto? Pois ao redor dos seus dentes está o terror.
18 Cada um dos seus espirros faz resplandecer a luz, e os seus olhos são como as pálpebras da alva.
19 Da sua boca saem tochas; faíscas de fogo saltam dela.
20 Das suas narinas procede fumaça, como de uma panela fervente, ou de uma grande caldeira.
21 O seu hálito faz incender os carvões; e da sua boca sai chama.
22 No seu pescoço reside a força; diante dele até a tristeza salta de prazer.
23 Os músculos da sua carne estão pegados entre si; cada um está firme nele, e nenhum se move.
24 O seu coração é firme como uma pedra e firme como a mó de baixo. 25 Levantando-se ele, tremem os valentes; em razão dos seus abalos se purificam.
31 As profundezas faz ferver, como uma panela; torna o mar como uma vasilha de ungüento.


Jó não entende o que vê, nem eu, pra falar a verdade entenderia. Mas sabe que esse bicho medonho é só uma parte da história, criação divina que encanta ao próprio Deus, como demonstração de que existem coisas muito além da capacidade de sua compreensão que ainda estão por ser reveladas. Que Deus, que parecia tê-lo desprezado, era um Deus presente, partícipe, justo, de grandiosos mistérios e que ele não tinha idéia da grandeza de seu poder. “Eu faço coisas maravilhosas, eu estou no controle. O mundo não está entregue ao caos; vida, justiça, buscar a minha face, tudo isso não acontece em vão. Eu vejo o coração do homem. Eu vejo tudo. Eu vi tuas filhas morrerem, eu estava lá. Eu não te larguei as larvas. Eu não te criei pra morte.

Deus mostrava uma profecia para Jó. Uma parábola. Eu tenho um plano tão fantástico... tão maravilhoso quanto este animal.
Jó é profeta... consagrado aos nossos olhos ali naquela hora... Sua visão vem logo após uma teofania... semelhante ao Apocalipse, uma visão após uma teofania.

Quando Jó termina de ouvir as declarações de Deus e as visões, ele se ajoelha extasiado, compungido, quebrantado. Consolado.

Quando João chega ao final da visão estonteante, faz a mesma coisa. Ou tenta ao menos. Cai na gafe de confundir o anjo que lhe ministra a visão com Jesus, ou com o Espírito Santo e tenta lhe adorar, sendo impedido, logicamente.

Porém o efeito é o mesmo. Consolação, fortalecimento. Vai valer a pena, não desistam de viver. Não se cansem. Suas orações foram consideradas e estou realizando coisas maravilhosas a partir de minha igreja e dos corações que crêem em mim. Um novo universo está sendo gerado e vocês são participantes desta história de glória, desse triunfo magnífico, dessa mudança que está sendo operada pelas intercessões.
Apocalipse é a declaração de posse da terra antiga, do fim da guerra, da expulsão do mal e da derrota final do inimigo de nossas almas. Apocalipse se inicia com uma revelação e termina com uma festa. Há uma hora em que anjos se ajoelham diante da manifestação do poder de DEUS, reconhecendo que ele sabia o que estava fazendo desde o inicio.
Apocalipse ousa mostrar a própria morte, morrendo.

O tempo em Apocalipse flui de modo inconstante, ele não é considerado de um modo linear, não temos noção de quanto duram exatamente cada uma das coisas, mas uma ênfase na ordem em que as coisas acontecerão.
Como um filme, ele vai caminhando para um grande final, e ao apóstolo é dado o privilégio de contemplar o que vem depois que o universo físico deixa de existir.
O final de Apocalipse é impressionante. Em toda a magnificência dessa palavra.
O apóstolo Pedro recebera anteriormente uma revelação sobre o fim de todas as coisas; não digo o da terra, ou o da humanidade, porém muito além. Ele viu o cataclisma absoluto, o colapso do nosso universo inteiro.
O que resta depois que TUDO termina?
O que há além da dimensão visível, essa onde estão as estrelas, galáxias e nebulosas?
E quem poderia contemplar tal coisa e nos contar?
E vi um novo céu e uma nova terra vi”


João.
Apocalipse é o final da aventura iniciada em Genesis.
O que foi dito, será cumprido. O que foi perdido será reencontrado. O que foi morto, agora vivo para sempre, irá reclamar sua herança. Porque o TESTADOR reclama a herança que a priori devia compartilhar? Porque herança só é tem valor com testador morto, se o testador voltar a viver, é dele novamente, a morte não é levada em consideração. Ele distribuiu uma herança eterna, tudo o que o Pai possui.


O verbo grego kalýpto significa "cobrir", "esconder", "ocultar", "velar". Neste sentido ele é usado, por exemplo, em Lc 23,30 ou 2Cor 4,3. Aqui, Paulo diz: "Por conseguinte, se o nosso evangelho permanece velado (kekalymménon) está velado (kekalymménon) para aqueles que se perdem...".

Na LXX, kalypto é usado no mesmo sentido em Ex 24,15;27,2; Nm 9,15; 1Rs 19,13 e em muitos outros lugares. Ex 24,14 diz: "Depois, Moisés e Josué subiram à montanha. A nuvem cobriu (ekálypsen) a montanha". Nm 9,15 diz: "No dia em que foi levantada a Habitação, a Nuvem cobriu (ekálypsen) a Habitação, ou seja, a Tenda da Reunião...". O verbo hebraico assim traduzido é khâsah, "cobrir", "ocultar"[1].

A preposição grega apó indica um movimento de afastamento ou retirada de algo que está na parte externa de um objeto. Assim é usada em Mt 5,29: "Caso o teu olho direito te leve a pecar, arranca-o e lança-o para longe de ti (apó sou)".

Em hebraico, o verbo gâlâh é usado com o significado de "despir", "descobrir", "revelar", "desvelar". Ex 20,26 diz: "Nem subirás o degrau do meu altar, para que não se descubra (thigâleh) a tua nudez". E 1Sm 2,27: "Um homem de Deus veio a Eli e lhe disse: 'Assim diz Iahweh. Eis que me revelei (nighlêthî) à casa de teu pai...'".

Dn 2,29 usa o verbo gâlâh para a revelação do que deve acontecer: "Enquanto estavas sobre o teu leito, ó rei, acorriam-te os pensamentos sobre o que deveria acontecer no futuro, e aquele que revela (weghâlê') os mistérios te deu a conhecer o que deve acontecer".

LXX traduz o verbo gâlâh pelo grego apokalýptô, que significa "descobrir", "revelar", "desvelar", "retirar o véu".

O NT usa o mesmo verbo neste sentido. Mt 10,26, por exemplo: "Não tenhais medo deles, portanto. Pois nada há de encoberto que não venha a ser descoberto (apokalyfthêsetai)". Ou Lc 10,22: "Tudo me foi entregue por meu Pai e ninguém conhece quem é o Filho senão o Pai, e quem é o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar (apokalýpsai)".

Deste verbo deriva o substantivo feminino grego apokálypsis, "revelação", "apocalipse". Em Gl 2,2 Paulo diz a propósito de sua ida a Jerusalém: "Subi em virtude de uma revelação (apokálypsin)...". E o livro do Apocalipse começa assim: "Revelação (apokálypsis) de Jesus Cristo...".

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