quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Aspectos psicológicos sobre o assédio

Lembrando que por trás de toda rejeição há sempre um sentimento de uma raiva imensa gerada. É  reação natural do ser humano, independentemente de sexo, idade, posição social.  Quando as pessoas têm uma relação saudável,  seja amizade, companheirismo, afeto verdadeiro, ainda que a pessoa rejeitada venha sentir a raiva, irá dar o jeito dela, pode ser que fique sem falar uma semana,  ou deixar de ir a um aniversário, comparecer na festa com uma roupa estranha, esquecer de dizer o horário do filme que vquem lhe rejeitou queria ver, ou vai reclamar muito,  irá insistir quetionando porquês...Mas não irá prejudicar ou causar danos a quem o rejeitou. .
Num ambiente de trabalho, empresa, escola, ou outra relação qualquer, se não há amizade entre as pessoas envolvidas,  haverão represálias que dependerão do caráter pessoal ou das falhas deste e do poder que a pessoa tenha em relação a você. Esquecendo as questões legais e jurídicas envolvidas, essencialmente é a tal atitude de desgosto externada de modo desagradável, que pode ir do  incoveniente ao violento, como fruto da tal da rejeição.  Exemplificando: o crime passional é fruto de um ciúme doentio, gerado pela dor emocional. Mesmo que não haja crime, mesmo que não haja assédio, sempre tem a tal da dor emocional, forte comoção fruto do coração partido . E dor normalmente gera dor. Pra se livrar da dor, o que se sente ofendido tenta ferir.  Ofendido porque seu afeto real ou imaginário, foi rechaçado como coisa sem valor, ou porque seu plano  não funcionou.  As vezes é só um capricho, desejo não cumprido.  Esse é o pior caso, não havia nenhum interesse real, só o de se satisfazer, então você está diante de alguém que não se importa com ninguém a não ser consigo mesmo. Mas normalmente nesse segundo caso, a represália também não é gigantesca. Só há  potente dor,  pesada vergonha e raiva profunda, gerada se houve interesse real ou profundo entre o assediador e você. Porque a raiva é sempre proporcional a intensidade do desejo ou do afeto não cumprido. Entendendo então essa mecânica dos sentimentos, a resposta ao assédio pode ser uma represália fria na medida da agressão, como uma solicitação jurídica de reparação do dano moral ou pessoal causado, dependendo do desenrolar da cantada, grosseira assédio, constrangimento, insinuação (perceba que todas os qualitativos são degradantes, como se SEMPRE o processo gerasse danos o que só é fato consumado quando uma das partes não deseja. a mesmíssima situação ACEITA, idêntica situação não é considerada, iassédio, constrangimento ou insinuação). Significa a valoração da vontade humana  - ninguém deveria ser OBRIGADO a realizar aquilo que não deseja realizar. Embora seja isso parte continua da vida profissional, todos tem que se SUBMETER em algum momento a vontade alheia, algumas vezes com sacrifício pessoal, tempo, transferência.  Mas são dois tipos de submissão diferentes. A do trabalho, voluntária.
O que fazer com as represálias,  fruto da vontade alheia não cumprida?
O cerne da questão é uma “humilhação” ou “vergonha” causadora ira irracional, mais sofrimento mental que outra coisa, sendo você o objeto dessa ira emotiva. Pra cessar a perseguição, você tem que aplacar a ira. Não do modo com que o ofendido anseia.  E  ter que aplacar a raiva alheia controlando a própria, em virtude  das “feridas” morais, psicológicas, ou materiais causadas por palavras, comportamentos, retaliações diversas. A pessoa ferida também fica irada. Porque sofreu a dor de uma injustiça, seu inalienável direito de escolher o que fazer consigo mesma, neste tipo de situação. E porque foi destratada a partir daí. E o que fazer então, você perguntaria ao autor deste texto?
a) Controlar as emoções, e a raiva.
b) Entendendo que tem um processo inflamatório do lado do agressor, tratá-lo com cortesia continua.
c) Tentar um meio-termo. Conversar por longo tempo, de um modo carinhoso. Porque o que está por detrás da história é ressentimento, injusto, inexplicável, mas teimoso.  Explicar quais as razões que te levaram a tal decisão, de maneira que não firam o orgulho já ferido ou auto-ferido do conquistador inadiplente.
d) O ego pode ser massageado de muitas maneiras.  O problema foi gerado por dar um não pra um EU alheio, o ego odeia ser abalado, anulado. Mas pode ser contornado. Pode ser apaziguado. O ego não pensa. Existe uma parte em nós que é burra, ela é instintiva. Ela age sem raciocinar, e também não reage a argumentação. Mas reage a estímulos. Reage a emoção, reage a reações.  Acho que o ego possui uma linguagem própria. Se o ego de alguém declara guerra a você, não serão palavras que o demoverão de tal guerra. Serão atitudes, ações. Tonalidade de voz, toque. Presentes. Espalhar para terceiros impressões positivas para que a pessoa que ofendeu para  causar uma mudança. Porque o ego quer a guerra, não sabe o que fazer se o que se anuncia de modo indireto é a paz.
e) A sedução é uma dança entre pessoas enamoradas.  O desejo sexual é a força básica por detrás da paixão, e sua negação a causa maior da situação de constrangimento,  porém muitas vezes o desejo sexual é só uma interpretação errada do corpo humano à falta de afeto. O toque na sociedade moderna é tratado de modo demasiadamente erótico, certas teorias oriundas da psicanálise diminuíram a essência do tocar humano em uma única dimensão. Se uma pessoa aprende culturalmente que todo tocar é de caráter sexual ele não consegue aproximar-se de ninguém sem tal intenção. Porque desconhece o valor do afeto. Crianças desprovidas do toque de irmãos e irmãs, dos pais, se torna mais isolada, porque parte dos sentimentos se relaciona ao carinho demonstrado através do toque humano. Crie um ser humano sem o toque e você estará prestes a gerar um serial killer ou alguém que terá muitas dificuldades na criação de laços de amizade. Existem modos de aproximar-se de alguém demonstrando afeto pelo toque, seja pelo abraço, pelo simples fato de apoiar-se no ombro,  que mudam de modo inconsciente o grau de relacionamento, modificando até mesmo percepções e interpretações erradas sobre sentimentos sexuais.  O homem fantasia aquilo que ele vê. O ver coisas sensuais excita o homem. O toque afetuoso o apazigua, desde que não misturado a intenções sexuais veladas ou manifestas.  O simples fato de estabelecer um contato mais afetuoso muda o comportamento de muitos sem que eles percebam que estão mudando.
f) A alegria é uma fonte de mudança poderosa, mas a pessoa com ego ferido quer se isolar num mundo de tristeza, porque não há como manter a ira se convidado para participar de um momento de alegria. A pessoa ferida, que foi perseguida está abatida. Transmite assim o ambiente para que a ira permaneça viva.  Porém não importa o nível de stress que um ser humano seja estabelecido, a alma humana detesta as correntes do desanimo. Seja em prisões, seja em situações de extrema pobreza, seja num leito de hospital. Sempre haverá algo que trará uma nova dimensão ao dia vivido, e se nesse momento de inspiração, essa energia for compartilhada, os efeitos podem ser poderosos. Se a pessoa for chamada para participar de algo que é estranho, que é engraçado, se sua opinião for consultada...  O ego frustrado não sabe o que fazer quando convidado para uma festa.  Dificilmente alguém recusaria um convite para dançar, seja real ou metaforicamente falando.  
Essas são ilustrações de ações de apaziguamento, porque uma equipe que tem um de seus componentes ferido perde parte da alegria de continuar trabalhando. O trabalho é só mais uma faceta dos relacionamentos humanos, porém de longa interface. Somando os anos de convívio com colegas de trabalho facilmente descobriríamos que tivemos mais que uma única família.  Cada dez anos trabalhados com alguém você passou 42% de seu tempo ao seu lado, em relação a 24% com sua família.  Desperto significa que você ficou 64% do lado de alguém com quem você trabalha, contra 36% ao lado de sua família. Que 1/3 de sua vida você ficaria ao lado de alguém profissionalmente, se trabalhasse 35 anos ao lado desta pessoa.  Mesmo que seja de um modo transitório uma parcela de anos considerável.
Há tempo para reconstruir uma relação de modo que não seja apagada quando já não mais existir um cartão de ponto.   

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