terça-feira, 18 de agosto de 2009

Lamento

Eles enterraram as palavras frias
Como se enterrassem maldições
Havia uma ordem que fora emanada
Pra que nunca descobrissem
Numa página turva
Como um pergaminho
Selada por dentro e fora
Numa caixa-forte
Feita de alumínio
Reforçada com adamantium
Revestida em aço, sobre o titanium
Que fazia lhe a corbertura
A perfuratriz
Foi até onde deu
Pra furar a dura crosta
Eles então a lançaram
Ali.
E ainda temiam
Quando um dia fosse aberta
O terreno foi cercado
Sua terra foi minada
A entrada foi selada
Os mapas modificados
E as fotos de satélite
Foram ali, reconstituidas.
Leis foram criadas
Para impedir
O acesso das nações
Ao terreno ermo
Onde enterrado
A mãe das lamentações
E mil anos se passaram
Quando o homem lá voltou
Quando apesar de tudo
Resolveram resgatar
As palavras frias
Que foram trancadas
Para nunca ninguém ler
Uma ordem fora dada
E a terra inteira viu
Quando a caixa destrancada
Finalmente se abriu
E ao lerem a tal carta
em voz alta a multidão
finalmente compreenderam
que havia uma razão
Era sobre uma perda
De alguém que muito amou
E a geração que ouviu
Toda ela em silencio
Fez a terra estremecer
Toda a terra de uma feita
Num momento só,
chorou.

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